Vítima de feminicídio é sepultada em Martinópolis

Renata Alves Betti foi assassinada pelo marido durante uma discussão ocorrida na residência do casal

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 01/04/2020
Horário 10:49
Reprodução/Facebook - Renata e Alex haviam se casado há 11 meses
Reprodução/Facebook - Renata e Alex haviam se casado há 11 meses

Foi sepultado na manhã de hoje no Cemitério Municipal de Martinópolis, o corpo da auxiliar de enfermagem, Renata Alves Betti, 24 anos. Ela foi assassinada na segunda-feira durante um desentendimento com o marido, o agente penitenciário, Alex Paschoal Betti, 35 anos. O velório começou ontem à noite e seguiu até às 8h desta quarta-feira.

Como noticiado por este diário, Renata e Alex estavam juntos há dois anos, porém, casados há 11 meses. Na delegacia, o indivíduo relatou que recentemente haviam se separado, mas que ainda mantinham contato. Na segunda-feira, eles estiverem juntos na residência da vítima, na Rua Juracy José Coelho, bairro Pioneiro 2.

Em determinado momento, o homem pegou o celular da mulher e começou a questionar sobre um contato da agenda, bem como de informações que ele recebeu sobre suposta traição. Segundo a polícia, a conversa resultou em discussão e ambos entraram em luta corporal. Durante a briga, a mulher correu para o banheiro e trancou a porta. Foi então que passou a gritar por socorro, inclusive, mandou mensagem para a família pedindo ajuda. Na sequência, ela correu para a sala, quando foi surpreendida pelo autor.

De acordo com a Polícia Civil, Renata foi morta com três tiros. Após o crime, o agente penitenciário permaneceu no imóvel até que acabou se entregando, por volta das 3h de terça-feira, após tratativas com a Polícia Militar. A arma de fogo calibre 38 foi apreendida e será periciada.

AFASTAMENTO

DO TRABALHO

Alex Paschoal Betti está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Caiuá. De acordo com a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) ele trabalhava no CDP de São Bernardo do Campo desde 2016, e esteve afastado das funções de 8 de setembro de 2019 a 8 de janeiro de 2020 - três vezes intercaladas, por atestados de transtorno de adaptação e episódio depressivo leve.

A partir de do dia 8 de janeiro, o agente de segurança penitenciária recebeu afastamento ininterrupto, após apresentar atestado por ansiedade generalizada, e episódios depressivos moderado e grave.

“Desde o primeiro afastamento em agosto de 2019 sua Carteira de Identidade Funcional, que lhe dava o direito de portar arma, foi recolhida pela unidade prisional”, afirma a pasta. “Entretanto, o servidor tinha posse de arma e armamento particular, registrado na Polícia Federal. Nesse caso, por ser um bem particular, não pode ser recolhido ou apreendido sem determinação da autoridade policial”.

Publicidade

Veja também