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Política
Em clipes de rap, economistas liberais duelam com ícones da esquerda
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As ideias de ícones do pensamento econômico como John Maynard Keynes, Friedrich Hayek, Ludwig von Mises e Karl Marx não são exatamente algo que empolgue as massas.
Mas uma produtora de vídeos do Texas, nos EUA, tomou para si o desafio de dar uma pegada pop a algumas teses complexas defendidas por estes economistas, e estudadas há décadas na academia.
A Emergent Order tem se tornado conhecida por fazer divertidas versões em rap de duelos entre economistas de diferentes orientações.
O último vídeo, disponível no YouTube, estreou há duas semanas colocando frente a frente Mises (1881-1973), uma das principais referências da liberal Escola Austríaca, e Marx (1818-83), que, bem, dispensa apresentações.
The March of History: Mises vs. Marx teve quase 1,7 milhão de visualizações até esta quinta (31).
É uma parceria da produtora com o American Institute of Economic Research, um centro de estudos liberal, que fez o grande favor de colocar, nesse link, a íntegra do duelo cantado pelos personagens dos dois economistas.
Entendo muito pouco de cinema, música e economia, mas aos olhos de um leigo como eu o vídeo chama a atenção pela qualidade da produção e pela profundidade do debate contido nas letras. Há diversas referências a princípios centrais da obra de Mises e Marx, além de informações históricas.
Estão lá desde o Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos, de Marx, até uma menção por Mises à Curva de Kuznets, segundo a qual desigualdade primeiro aumenta numa economia que se desenvolve, antes de cair.
Ah, e a música gruda, como qualquer bom rap.
O vídeo, na verdade, é um retorno da produtora a esse tipo de clipe após um longo intervalo.
Em 2010 e 2011, eles fizeram dois vídeos colocando para duelar o liberal Hayek (1889-1992) e o pai da moderna macroeconomia, Keynes (1883-1946).
De novo, os vídeos têm a façanha de serem instrutivos e divertidos. Note como em ambos Keynes é tratado como uma celebridade, e Hayek, quase um anônimo.
A explicação é simples: mesmo liberais admitem que o século 20 foi a era de ouro das ideias keynesianas, de reforçar o papel do Estado na economia, algo que é capturado com sutileza pelos produtores dos vídeos.
Fica a sugestão para alguma produtora brasileira fazer algo parecido por aqui. Que tal um clipe de pagode colocando Roberto Campos contra Celso Furtado?
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