Exterior

Mais de 300 intelectuais pedem que Merkel apoie 'coronabonds'​

  • 07/04/2020 13:56
  • ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) - Mais de 300 economistas, cientistas políticos, historiadores, sociólogos e dirigentes partidários de 30 países europeus encaminharam uma carta aberta à chanceler (equivalente a primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, pedindo que ela apoie a emissão dos coronabonds para financiar a recuperação econômica após a pandemia de coronavírus. Coronabonds é o apelido dado a títulos de dívida que teriam emissão comum pelos 27 países da União Europeia, o que permitiria acesso de todos a empréstimos com as mesmas condições. A ideia é defendida por países como França, Itália, Espanha e Portugal, mas encontra oposição de Suécia, Áustria, Noruega e, principalmente, Holanda. A Alemanha vinha se alinhando a esses quatro países, contrários a endossar o endividamento de países que já têm déficits em suas contas públicas. "Se não forem forjadas novas formas de solidariedade europeia, alguns países enfrentarão consequências mais profundas que outros. Isso nos aflige. Sabemos que a Alemanha se lembra da dramática recessão que sofreu depois da Primeira Guerra Mundial. Se outros países tivessem prevenido aquela recessão, como teria se desenvolvido a história? Não foi justamente para isso que a União Europeia foi criada?", diz a carta. A lista de signatários inclui dois prêmios Nobel, mais de 20 parlamentares, além de diretores e ex-diretores de organizações internacionais. A UE corre o risco de se partir se os países mais ricos se negarem a apoiar os mais pobres. Analistas políticos veem também o risco de que um programa inadequado de socorro econômico alimente movimentos populistas e nacionalistas pelo continente.