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Esporte
Prática comum há muitos anos, troca de escudo desafia clubes
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Quem acompanha futebol talvez não perceba em um primeiro olhar, mas o escudo da CBF mudou. Seguiu um padrão que já era utilizado desde o início da década de 1990, mas com alguns ajustes nas cores e nas faixas verde e amarela que compõem o símbolo da entidade.
Já não se pode dizer o mesmo do Athletico-PR, que no fim do ano passado anunciou uma mudança não só no escudo, mas em toda a sua identidade visual. No caso dos paranaenses, o distintivo passou por uma clara ruptura.
Ações como a do Athletico-PR dividem o torcedor. De um lado, o mais tradicionalista não gosta de câmbios significativos. Do outro, há quem defenda a interferência até mesmo em símbolos históricos como parte de um processo de modernização.
Para o publicitário e designer gráfico Adriano Ávila, que há mais de 25 anos se dedica a pesquisas sobre identidade visual no futebol, o desafio dos responsáveis por redesenhar os símbolos de uma equipe tradicional está em dar um toque moderno aos escudos sem perder a história que acompanha esses brasões.
"Só ser qualificado profissionalmente na área de branding, de identidade visual e design não é suficiente para fazer uma gestão de marca de um clube de futebol. Você tem que analisar e entender como é a relação do clube com seu torcedor, o que faz sentido para ele", diz Ávila à Folha.
Há, porém, uma grande barreira a ser enfrentada pelos profissionais envolvidos nesses processos, sejam eles do departamento de marketing do clube ou de agências especializadas contratadas.
Algumas instituições não têm controle sobre a própria história. É o caso, por exemplo, de dois dos principais times do Nordeste, Bahia e Fortaleza, ambos participantes da Série A do Campeonato Brasileiro deste ano.
Os baianos iniciaram recentemente um trabalho de resgate da história tricolor.
"O clube nunca tratou de sua memória decentemente. De maneira que começamos [esse trabalho] do zero. A linha do tempo dos escudos nós não temos, e não vejo como podemos ter isso a curto prazo", afirma Luiz Teles, integrante do departamento de história do Bahia.
No Fortaleza, os profissionais que assumiram a tarefa de preservação da memória do clube reclamam do mesmo problema. Inclusive, o primeiro livro de atas de sua história está desaparecido.
"A história mais antiga dos clubes cearenses é muito mal documentada. Daí a dificuldade de reconstituir o passado do nosso futebol antes dos anos 1960. É lastimável que nossos dois maiores clubes tenham perdido troféus, fotos e outros documentos", afirma Dorelland Lima, historiador do Fortaleza.
Em 2017, a Juventus (ITA) promoveu a revitalização de sua marca, deixando para trás um formato de escudo mais tradicional. No novo distintivo, a letra "J" passou a ser o elemento central.
Para Ávila, que participou do projeto de revitalização da identidade visual do América-MG há dois anos, o risco para o clube italiano é muito menor do que o enfrentado pelo Athletico-PR. E isso está diretamente ligado à relevância global dessas equipes, além do desempenho em campo.
"O que a Juventus quis dizer com a mudança? Que ela agora é mais do que um clube de futebol, ela é um estilo de vida. Ela pode fazer isso porque ela é uma senhora instituição no futebol. A abrangência da Juventus é mundial", afirma o designer sobre o time octacampeão italiano.
"Eu não acredito que essa revitalização do Athletico-PR, como ela está hoje, vá durar o mesmo tempo que a da Juventus, por exemplo. O Athletico-PR ainda teria de se posicionar em um nível nacional. Para fazer o que ele fez, vai depender muito do desempenho em campo. Principalmente na cultura do Brasil, onde as coisas se sustentam muito no resultado", completa.
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