Cotidiano

Provas da 2ª fase da Unicamp exigiram senso crítico, dizem professores

  • 13/01/2020 22:21
  • PATRÍCIA PASQUINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A segunda fase do vestibular da Unicamp 2020 terminou nesta segunda-feira (13), com a prova de matemática, as questões interdisciplinares de ciências humanas e da natureza, além da prova específica relacionada ao curso escolhido. Para a professora Vera Antunes, coordenadora do curso e colégio Objetivo, a prova de história foi bastante difícil, porque fugiu do padrão normal do ensino médio. "Exigiu do aluno um pensar crítico e sabedoria para correlacionar fatos da história. Uma questão sobre o Holocausto exige formação crítica, maturidade, conhecimento. Não é comum no dia a dia do aluno que vem do ensino médio", avalia. Geografia trouxe uma questão sobre relevo e outras mais modernas, como uma sobre a importância dos minérios raros do Congo, que são usados na alta tecnologia.  Em química, os enunciados foram longos, mas a Unicamp manteve a tradição em colocar perguntas sobre química ambiental e da atualidade, como sobre as manchas de petróleo em mares brasileiros. Outro destaque, a prova de matemática foi clássica, com questões claras e sem grandes cálculos.  Na opinião do professor Edmilson Motta, coordenador-geral do Grupo Etapa, houve diferença entre as questões comuns e específicas. "As comuns trazem as características da Unicamp antiga, tudo igual para todo mundo. É o que a gente via há dez anos", afirma Motta. Ele também destacou a prova de matemática, que neste foi concentrada em geometria e áreas correlatas. "Houve provas difíceis, com equilíbrio entre a parte de interpretação de gráfico, tabela e mapa, e de conhecimentos específicos. O que a Unicamp tinha prometido fazer e fez foi unir filosofia com história  --a prova de história trouxe uma pergunta clássica de filosofia-- e sociologia associada à geografia, com questão sobre movimentos sociais", explica Motta. No total, 12.106 candidatos fizeram o exame e o índice de abstenção, de 10,9%, foi o menor desde 2012. Em 2019, a abstenção registrada no segundo dia da segunda fase foi de 13,6%. Este ano, dos 13.589 aprovados para a segunda fase, 1.483 estudantes não compareceram. De acordo com o diretor da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp), José Alves de Freitas Neto, uma das explicações para o baixo índice de ausentes pode ser a redução da segunda fase do vestibular de três para dois dias.  A segunda fase do vestibular da Unicamp ocorreu nos dias 12 e 13 de janeiro em 22 cidades brasileiras. As provas de habilidades específicas, para os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Artes Cênicas, Artes Visuais e Dança serão realizadas em Campinas entre os dias 20 e 24 de janeiro de 2020. A primeira lista de aprovados será divulgada no dia 10 de fevereiro, para matrícula eletrônica no dia seguinte. Estão previstas até dez chamadas.