Falta de atenção é pretexto para irregularidades no trânsito

EDITORIAL -

Data 02/12/2018
Horário 04:08

O uso da desculpa “foi falta de atenção” nos dias de hoje se tornou genérico e se propagou nas rodas de conversa, ambiente de trabalho, conflitos familiares e, principalmente, nos acidentes que envolvem o trânsito. Este é, inclusive, um dos maiores pretextos utilizados por motoristas, que não assumem as responsabilidades de seus atos diante dos números alarmantes de aumento nas ocorrências relacionadas à lesão corporal culposa por acidente de trânsito, conforme publicado por este diário na edição de ontem, caderno Cidades e página 9/A.

No material, foi informado que, segundo dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado de São Paulo, em Presidente Prudente, entre os meses de setembro e outubro, foi registrado aumento de 90,28% no delito de lesão corporal culposa por acidente de trânsito, já que passaram de 72 para 137 casos. A reportagem, então, ouviu o delegado de Polícia Civil, Wagner Silva Negré, que de forma clara retratou um cenário que basta trafegar por qualquer cidade da região, e até mesmo do país, para encontrar irregularidades. “Os motoristas não confessam que estavam desatentos”.

A desatenção, de fato, pode ser vista como um dos principais problemas encontrados hoje por tais ocorrências, quando não é difícil encontrar motoristas com o celular no rosto enquanto dirige, tentando burlar blitz da Polícia Militar por meio de informativos nos grupos de redes sociais, ou até mesmo pela certa liberdade que lhes foi dada no trânsito, especificamente em Presidente Prudente, após a retirada dos aparelhos que fiscalizavam velocidades, os conhecidos radares, das principais avenidas do município. A medida ocorreu em setembro do ano de 2017 e desde então os prudentinos e moradores da região que por aqui trafegam não possuem limites, literalmente, quando o tema é o uso do freio nas vias, o que pode influenciar no aumento dos dados em questão. 

É fato que todos querem e todos buscam um trânsito melhor, um país melhor, políticas melhores e mais respeito na sociedade, mas o que deve ser analisado diante dos números noticiados, é a atitude de cada um para o bem-estar coletivo, pois como diz o ditado popular, “andorinha só, não faz verão”.

Publicidade

Veja também