O anseio por novas histórias

Papai Educa

COLUNA - Papai Educa

Data 12/03/2018
Horário 10:51

Como anda a leitura por aí? Não tem tempo? Arrume! Nosso acervo de livros infantis tem aumentado cada dia mais. Chegou uma fase em que meu primogênito, aos 5 anos, anseia por novas histórias, ilustrações e já não quer se aventurar naquelas anteriormente exploradas. E quando a justificativa é porque conhece o enredo, busco que ele conte-as para mim. Mesmo que ainda não domine as palavras, com base nas figuras, mergulha num mundo de criatividade e imaginação, inserindo novos elementos e personagens na obra. Isso tudo é tão bom!

Os livros estão disponíveis em bibliotecas públicas, privadas, são ofertados gratuitamente por empresas e entidades e explorá-los se torna obrigação. Ao mesmo tempo em que se faz indispensável o estabelecimento de políticas de fomento para momentos literários à população, os pais devem arregaçar as mangas e partir para a aventura de se deliciar entre as ilustrações e textos. No artigo “Ei, pais, vamos à leitura”, em novembro de 2017, explorei a questão de que muitos adultos não têm paciência para ler com a criança. Não incentivá-la é subtrair esta viagem ao conhecimento por meio da leitura. Ainda precisamos melhorar o retrato deste hábito nos nossos lares. A paixão é garantida.

 

Dica de livro

“A lagartixa que virou jacaré”, da Editora Moderna, conta a história de Filomeno, uma lagartixa que queria ser um enorme jacaré, assustador e cheio de dentes afiados! Em busca de solução, recorre ao doutor Sapão, que era capaz de transformar qualquer bicho em outro. Assim, ele realiza seu sonho, mas que se tornou um gozadíssimo pesadelo. Engraçado para todos, menos para Filomeno. Por que querer ser aquilo que não se é, quando é tão maravilhoso ser o que se é?

Autor: Izomar Camargo Guilherme

Editora: Moderna

Páginas: 32

Preço: R$ 42

 

O cocô amigo”

Jornal O Imparcial

Um livro virtual que pulverizou nas redes nas últimas semanas foi “O cocô amigo”, da cartunista Mauren Veras (Instagram @maurenveras). Ela criou a obra para ajudar o filho no processo de desfralde. A viralização foi tamanha que uma versão para meninas também foi produzida e a autora já articula a possibilidade da publicação impressa. Ele pode ser uma alternativa, caso o desfralde ocorra de forma mais delicada para os pais, uma vez que o processo nunca é igual a nenhuma criança.

 

A hora de fazer

Não hesite em buscar ajuda profissional, se preciso. Avaliar o momento exato é indispensável com vistas a amenizar os problemas e frustrações à criança e aos pais. Segundo a pediatra do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Ana Paula Sakamoto, no verão, o desfralde é mais fácil, porque a família está presente no dia a dia da criança, muitas vezes em função de férias ou mesmo pelo uso de roupas mais leves. “Também não aconselho retirar a fralda muito antes dos dois anos de idade, pois a criança pode ainda não estar preparada”, afirma a médica.

De acordo com a especialista, o desfralde feito em um momento inadequado gera transtornos psicológicos e emocionais, como insegurança, ansiedade, choro intenso, ou problemas clínicos, como infecções urinárias, prisão de ventre, medo de evacuar ou a chamada enurese noturna, quando a criança tem mais de cinco anos e ainda faz xixi na cama diariamente ou mais de uma vez por noite.

 

A saga do cocô

Jornal O Imparcial

O primeiro desfralde em casa foi uma loucura. Só sentimos segurança quando meu filho completou três anos e, mesmo assim, enfrentamos um dilema com o cocô. Foi um ano de tentativas: penico, redutor de assento, fraldas, longos dias sentados à frente do vaso sanitário à espera que ele fizesse cocô sem choro, lágrimas e gritos! Nunca me imaginei no chão, cantando “Cocô, cocô, cocô, você é meu amigo”, enquanto meu coração se espremia para que a contração viesse e ele se permitisse livrar do tormento. Pois é! Por recomendação da pediatra, buscamos tratamento psicológico, já que não havia nada físico que o impedisse: sem ressecamento, nem dor. Era um controle voluntário dos mecanismos de evacuação. A encoprese!

Tivemos de ser mais firmes e permitir que ele adquirisse autonomia e coragem para o processo natural. Para ele, a evacuação era uma experiência negativa e ele segurava as fezes por medo. O pequeno chegou a ficar seis dias sem evacuar! Buscamos a emergência médica algumas vezes. No banheiro da sala de espera, ele fazia! Desesperador! Com ajuda, tudo passou...

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