O perdão e a saúde

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 17/05/2020
Horário 05:57

“Senhor, fazei-me um instrumento de Vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união.” (Francisco de Assis)

Ano passado, a CNN em espanhol publicou uma entrevista sobre os benefícios do perdão para a saúde segundo a ciência. Vale resgatá-la nesses dias cuja ignorância tem sido exaltada acima de tudo e de todos. Há histórias de perdão por todo lado, quiçá pouco acessadas. Vejamos.

Um pai perdoa o homem envolvido na morte de seu filho. Uma mãe perdoa os assassinos de sua filha. Uma família perdoa o homem que matou o seu pai. Ouvimos falar dessas histórias de pessoas perdoando quem as machuca o tempo todo, e elas se destacam porque, para muitos, esse gesto é inimaginável. Todos entendem que alguém não perdoe, mas nos custa muito entender quem decidiu perdoar. Essa é uma luta que Everett Worthington conhece bem. E não apenas por ser um professor emérito de psicologia ou por ter pesquisado e publicado livros sobre o perdão, mas por ser filho de uma mulher assassinada.

Depois da trágica morte de sua mãe, ele enfrentou a difícil decisão de perdoar. “Isso acabou se tornando uma difícil experiência de crescimento quando meu irmão, minha irmã e eu chegamos à mesma conclusão sobre o jovem (assassino): o perdoamos”, confidenciou. Trabalhar pelo perdão em tragédias pode parecer nobre para alguns e ao mesmo tempo desconsertar outros para quem um assassino não deveria ser perdoado. “[Perdoar é] o que a mamãe nos ensinou a fazer e estaríamos desonrando-a se não seguíssemos o seu ensinamento”, disse. “Ninguém merece o perdão; o perdão é um presente.”

Baseado no seu caminho para o perdão e em seus estudos, E.W. concorda com o consenso entre os pesquisadores de que os atos de perdão realmente fazem muito pela pessoa que o dá. Isso é o que sabemos acerca de como a mente humana vê o gesto de perdoar. No seu desejo inicial de vingança, E.W. queria matar o assassino de sua mãe. No outro dia, menos tensionado pelo acontecido, perguntou-se: “Quem aqui tem o coração mais escuro?”

Na reportagem, raiva e hostilidade são ligadas ao aumento de problemas de coração: ataque cardíaco em pessoas sadias e complicações nas cardíacas. Importa observar o processo de apego à ira, que é uma forma de estresse. Ao passar do tempo, o perdão diminui o estresse e ajuda na saúde mental. Devido à complexidade do ser humano, há fatores distintos envolvidos, como biológicos e experienciais. O perdão é uma habilidade a ser cultivada. É essencial à cura do próprio coração de quem perdoa. Requer disciplina, força interior e propósito. A oração ajuda.

Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!

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