Projeto leva cultura a jovens

Ativo há quatro anos, “Despertar oferece, todos os sábados, 12 cursos gratuitos para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, como teatro e guitarra

VARIEDADES - DA REDAÇÃO

Data 10/12/2019
Horário 06:02

BÁRBARA MUNHOZ E GIOVANNA GUESSADA
DA REDAÇÃO


 
Aperfeiçoar talentos e estimular a descoberta de capacidades individuais. Esse é o objetivo do Projeto Despertar, ação socioeducativa idealizada pelo casal Maria Cláudia e Juliano Zaupa, há cerca de quatro anos, e que atende, atualmente, uma média de 100 crianças, distribuídas em diversos bairros de Presidente Prudente.

A trajetória do Despertar começou em 2014. Inicialmente fixados como igreja em um bairro onde residiam crianças inseridas em contextos sociais delicados, Juliano e Maria Cláudia Zaupa compartilharam do desejo de intervir em sua realidade, de modo a transformar o seu futuro.

Um ano mais tarde, tiveram seu primeiro contato com os pequenos da vizinhança por meio de um trabalho realizado no local. Iniciaram as ações socioeducativas com aulas de violão, atendendo 10 crianças.

Hoje, o Projeto Despertar atende, em média, 100. Com a ajuda de 30 voluntários, possui turmas, divididas por faixa etária, que desfrutam de 12 cursos oferecidos.

Todos os sábados, o destino das dezenas de crianças e adolescentes é a sede do projeto, localizada à Rua Abílio Nascimento, 107. Lá, participam de aulas gratuitas de balé, violão, inglês. Tem até quem arrisque uns passos com as práticas de street dance e demonstre suas habilidades com as aulas de guitarra. Mas, antes do treino de futebol, realizado todas as manhãs, agradecem pelo projeto e se deliciam com um lanche preparado pelos voluntários. 

“O que elas [as crianças] mais me ensinam é sobre ser família”, comenta o voluntário Caio Dalaqua, 24 anos. Ele relata que desde o início das atividades, criou laços com cada criança. “Eu me sinto vivo, porque me sinto em casa. Como parte da minha rotina, elas passam a ser mais família do que apenas crianças de projeto”, enfatiza.

Apesar de toda estrutura, levar e buscar os pequenos é uma dificuldade diante da falta de veículos. Além disso, a necessidade de instrumentos para atender os alunos e o auxílio profissional de dentistas e psicólogos, fomentaria as atividades desenvolvidas, sobretudo, no âmbito da saúde e bem-estar. 

Mesmo com poucos carros, uma escala é seguida para transportar os frequentadores do projeto. Após o almoço, meditam e, em seguida, vão para os cursos escolhidos. Por fim, tomam café da tarde e se preparam para ir embora.

 “EU ME SINTO VIVO, PORQUE ME SINTO EM CASA. COMO PARTE DA MINHA ROTINA, ELAS PASSAM A SER MAIS FAMÍLIA DO QUE APENAS CRIANÇAS DE PROJETO”
​​​​​​​
Caio Dalaqua

 voluntária Carolina Zaupa, 18 anos, comenta sobre a mudança de comportamento dos alunos. “O que me chama atenção é como as crianças estão mudando a realidade que vivem. Diversos pais relatam que elas estão diferentes; a maneira como elas passaram a se importar com o próximo, a respeitar mais, entre outras atitudes”.

Para a manutenção do espaço, contam com doações esporádicas de colaboradores, contribuições ofertadas pela igreja do casal de líderes, realizam bazares e, trimestralmente, o jantar beneficente ‘Batata Recheada’.

Embora os obstáculos, Juliano se alegra ao perceber que, de alguma forma, coopera na transformação de vidas. “Nos sentimos desafiados a prosseguir encorajando outros a, também, se doarem ao próximo”.  

 

 

Publicidade

Veja também