Psicologia do esporte, desafios a percorrer

OPINIÃO - Marcos Alves Borba

Data 23/01/2019
Horário 05:30

Quando chegamos a um estágio de continuidade do sistema de ensino, há necessidade urgente de se ver o que foi realizado e o que verdadeiramente foi aprendido, e que precisamos checar insistentemente por uma causa de que as pessoas precisam se identificar, mesmo que não sigam aquilo proposto. É simplesmente uma conduta para que seus caminhos sejam direcionados por um sistema menos cansativo e mais claro por aquilo que possam seguir.

É possível que nesse momento os grandes e, se assim podemos chamá-los, mentores e pesquisadores do sistema de ensino, possam elucidar-se de suas performances e criações, por novas alternativas como forma de sensibilização de uma geração que nada mais nada menos se renovam a cada instante. Mesmo nesse processo de novas tecnologias, não podemos se esquivar ou equivocar que estamos lidando com pessoas. Um processo árduo, mas necessário para um crescimento e desenvolvimento como forma de evolução.

Estudiosos na área da psicologia do esporte credenciam suas constantes buscas, por entenderem que nossa capacidade de evolução são enormes, e que de alguma maneira o esporte será fundamental nesse processo. E, desde quando estamos ouvindo falar que praticamente grande parte dessa evolução se dará quando entendermos que políticas públicas precisam ser evidenciadas e praticadas? Desde quando estamos ouvindo insistentemente que o esporte é peça que agrega todas as áreas da vida, como forma de que movimento é soma de valores que se produz resultado e edifica estilo e qualidade de vida?

Já algum tempo estamos vendo e repetidamente, que grandes ações em projetos sociais estão se expandindo, como forma de poder agregar crianças e jovens de extrema vulnerabilidade. É nessa hora que entendemos que o esporte aparece e necessita fazer parte de toda essa recriação e disponibilidade que soma a essa clientela. É nessa hora que entendemos que grande parte da tão falada e menos praticada política pública caminha muito pouco lado a lado. É nessa hora que se soma e busca um entendimento minucioso e de grande valia, mas que vem procurando seu espaço, que é a psicologia do esporte. É mais uma das chamadas ciências do esporte, que estuda os comportamentos de pessoas envolvidas no contexto esportivo e exercício físico.

No Brasil, sua história é recente. Em 2001, o CRP-SP (Conselho Regional de Psicologia de São Paulo) debateu as diferentes possibilidades da prática, diferenciando a psicologia do esporte. Estamos caminhando. Precisamos que ações, projetos, sejam eles sociais ou não surta o efeito tão desejado. O efeito com grandes resultados e que pesquisas vem praticamente dos esportes de rendimento, onde mostram uma relevante e brilhante evolução de desempenho e crescimento. Mas o fato precisa se dar como a própria pesquisa resultou e que esses estudos e ações possam sair das pequenas salas clínicas, e que sejam levados a prática. Assim valerá a pena o quanto novas metodologias desses estudos contribuirão para uma geração que vem com sede de crescer e vencer.

O esporte é considerado hoje um dos maiores fenômenos sociais da modernidade e, por mais que seja um direito fundamental constituído por meio do artigo 217 da Constituição Federal de 1988, seu acesso ainda é restrito, elitizado e pouco educativo para a formação e construção de indivíduos capazes de se relacionar de forma cidadã com o mundo que o cerca. Pois o esporte, no Brasil, reflete a situação do país de uma forma em geral: que é marcada por injustiças, desigualdades, baixo investimento e agora temeroso retrocesso geral aos direitos garantidos em 1988.

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