"As Supergatas"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 22/02/2022
Horário 07:08

“As Supergatas” foi o título brasileiro da série “The Golden Girls” exibida nos Estados Unidos pela rede NBC entre 1985 e 1992 num total de sete temporadas e 180 episódios. No Brasil foi inicialmente ao ar na Sessão Comédia da Rede Globo às segundas-feiras às 17h30 antes das novelas das 6 em 1987. O enredo contava de forma cômica o relacionamento entre quatro mulheres maduras que moravam na mesma casa: a professora divorciada Dorothy (Beatrice Arthur), sua mãe Sophia (Estelle Getty), que se recupera de um AVC, a viúva Rose (Betty White) que trabalha na TV e a também viúva e proprietária da casa Blanche (Rue McClanaham) que trabalha num museu de artes. As histórias giravam em torna das descobertas e conquistas das mulheres maduras. O seriado fez sucesso no mundo todo, tendo recebido dois prêmios Emmy de melhor série de comédia, alavancando a carreira cinematográfica das atrizes. Hoje todas as estrelas estão falecidas, sendo a última a partir, Betty White, aos 99 anos em 31 de dezembro de 2021.
    
“A imagem no espelho”

A autoimagem que o envelhecimento provoca ainda é um dos grandes conflitos do processo de envelhecer. Numa sociedade que ressalta o vigor, a beleza e a juventude, o enxergar-se como um idoso é algo que pode ser muito sofrido e angustiante. O espelho delator reflete inexoravelmente aquilo que buscamos evitar: nossa própria imagem se deteriorando. Enxergamos rugas, marcas, cabelos brancos, flacidez e vários outros sinais de que a juventude nos escapa pelos dedos e sofremos com cada pé-de-galinha ou sinal de expressão que a maturidade nos traz. Na verdade, o espelho não desmascara a idade, mas sim, faz uma lente de aumento da visão que temos sobre nós mesmos. Quando não estamos bem intimamente, aquela imagem refletida é a projeção desta visão negativa e cinzenta sobre a própria pessoa. Se estamos em paz e felizes, fazemos as pazes com o espelho e enxergamos a beleza que está ali escondida. Aceitar-se e resignar-se com a passagem do tempo são etapas primordiais para uma relação positiva com o espelho: Puxa, como estou bonitão. Ainda dou um bom caldo... e como aquela personagem de “Senhora do Destino”, Nazaré Tedesco, podemos continuar gostosos pra caramba. E para isso não é preciso ser, e sim estar: entender que a energia que geramos depende deste motor interno, movido por autoestima e vitalidade. Desta forma, podemos ver beleza na serenidade de um cabelo branco e não necessariamente em cabelos que preservam cores da juventude. Podemos ser belos, embranquecidos, loiros, tingidos de acaju, assim como podemos ser feios com as mesmas características, e isto tudo não pode fugir do processo de gostar-se e aceitar-se. Podemos ser lindos plastificados ou enrugados, e muito feios sendo velhos ou joviais, sempre terá alguém para nos julgar, para nos achar belos e nos taxar de desprovidos de encanto. Tudo fica mais tranquilo e calmo, quando esta beleza, encantamento e jovialidade são vistas pelo próprio dono da imagem refletida. É preciso aprender a se enxergar além do espelho.

Dica da Semana

CD – Música

Ney Matogrosso – “Nu com a Minha Música”: 
Prosseguindo nas comemorações dos 80 anos do cantor Ney Matogrosso, um CD com o som eterno de suas canções, com 12 músicas gravadas entre 1969 e 2020, dentre elas “Gita” (de Raul Seixas e Paulo Coelho), “Quase um Segundo” (Herbert Vianna), “Sua Estupidez” (Roberto e Erasmo Carlos) e “Faz um Carnaval Comigo” (Pedro Luís e Jade Beraldo). Sony Music. 


 

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