Domingo, Dia dos Pais, e o presente não podia ser melhor para Clayton Dutra, 43 anos, que é árbitro de futebol: atuar ao lado do filho, Felipe Furuuti Dutra, 17 anos, que está terminando o curso de formação de árbitros pela FPF (Federação Paulista de Futebol). Ambos são de Álvares Machado.
Foram dois jogos realizados em Birigui (SP), entre Bandeirante e Noroeste pelo Campeonato Paulista Sub-11 e Sub 12, no Estádio Pedro Marin Berbel. Felipe atuou como árbitro central na partida do Sub-11, e o pai foi o quarto árbitro. No segundo jogo com o Sub-12, Clayton foi o árbitro central e Felipe o árbitro auxiliar.
“O Felipe como ainda um jovem árbitro realizou uma partida demonstrando respeito aos jogadores, com intuito desde cedo de ser um líder em campo, tranquilizando os jogadores e fazendo sempre o seu melhor. Quando terminou a partida, ele foi elogiado pelas duas equipes, deixando uma boa imagem e realizando uma ótima arbitragem”, afirmou Clayton.
Segundo Clayton, Felipe estava ao lado de árbitros experientes, como Marcelo Zamian de Barros e Fabrício dos Santos, e com o quarto árbitro, que além de pai, é um exemplo para ele.
“Ele teve uma excelente arbitragem, ele retomou o resultado da partida, demonstrou tecnicamente conhecer as regras do jogo, aplicando de acordo com a circunstância. Ele utilizou um bom som do apito, fez deslocamentos laterais, advertiu os jogadores verbalmente. Foi uma sensação que ele está cada vez mais crescendo na arbitragem e logo, logo, se Deus quiser, vai estar arbitrando categorias maiores”.
O pai conta que durante as partidas, quando Felipe estava apitando, passava as informações que fazem parte do jogo, para um profissional. “Quando a gente tinha que se comunicar durante as partidas, não nos chamávamos de pai ou filho. É sempre Clayton Dutra ou Dutra. Não posso ficar chamando ele de filho ou vice-versa, ele de pai. A gente tem que ser exemplo durante a partida”.
Para Clayton, atuar ao lado do filho foi um presente, justamente no Dia dos Pais. “Foi algo que vai ser inesquecível. A sensação é indescritível”.
Felipe diz que foi uma das conquistas mais importantes trabalhar junto com o pai. “Foi com ele que eu pude ter a oportunidade de ingressar no curso de arbitragem. E hoje estou atuando como estagiário pela Federação Paulista de Futebol. Na minha segunda partida estar atuando junto com ele, ainda mais numa data tão importante, foi incrível”.
O filho ressalta que foi uma sensação única e que vai guardar na memória para o resto da vida. “Foi muito mais que uma simples partida que eu apitei, foi uma partida ao lado de quem eu sempre pude aprender, com quem eu sempre pude ouvir conselhos para a minha evolução. Então essa oportunidade de estar atuando junto com um ídolo, porque ele é muito mais que meu pai, é um ídolo profissional para mim”.
No início, a torcida ainda não sabia que Clayton e Felipe eram pai e filho. Mas, no segundo jogo, os torcedores descobriram e aí começaram a “pegar no pé”. “Faziam brincadeiras referentes ao Felipe. Eu apitando e vendo a torcida mexer com meu filho, não é fácil, mas como sou profissional, já estou acostumado com isso. Mas, procuro ficar concentrado no campo de jogo, mas por diversas vezes ouvia os gritos da torcida ‘vem juizão trazer mamadeira pro seu filho’, levei na esportiva, pois estou ali para aplicar a regra do jogo, isso não pode afetar um árbitro, estamos ali para legitimar resultado da partida”.
Clayton acredita que Felipe deve fazer outras atuações, pois está vindo numa boa sequência. “Acredito que novas oportunidade irão surgir até o final desse ano para o Felipe. E quem sabe ainda, ano que vem, ele estará fazendo um jogo numa categoria profissional, eu apitando e ele árbitro reserva ou se de repente numa categoria maior ele apitando e eu fazendo a reserva. Sou grato pelo departamento de arbitragem da Federação, de confiar na gente e ter colocado nesse Dia dos Pais, o pai e o filho, um momento único”.
Fotos: Alex Bertaglia/Bandeirante EC
Felipe Dutra atuou em dois jogos pela FPF no domingo