A cantora e compositora prudentina, Cida Ajala, apresenta ao público mais uma composição sua: “Jatobá”. A música com melodia e voz da cantora tem letra da professora e produtora de Adamantina, Izabel Castanha Gil, arranjo musical de Anselmo Ferreira da Silva, no acordeão Emerson Barbosa, na percussão Moyses Gouveia Campos e na flauta de Thabata A. M. Balcelobre Nascimento.
Conforme Cida Ajala, a melodia ilustra os estudos, as inovações e a arte desenvolvidas com o fruto nativo jatobá, sob coordenação da professora Izabel. Nas inovações incluem-se o uso da polpa para produção de farinha e, com esta, desenvolveram-se o vinagre e inúmeras receitas exclusivas para pessoas com restrições alimentares. Dezenas de microempreendedores criaram e continuam criando arte e produtos diversos inspirados nesse fruto que desperta profundas memórias afetivas. “O jatobá é impressionante. O que essa árvore gerou? Bolos, sabonetes, pinturas artísticas sobre o jatobá, xampu, licores, cerveja, várias coisas”, expõe Cida.
Cida mantém seu projeto Musicando Sua Poesia, o qual por meio da vasta rede de conhecimento escritores nacionais e também de fora do país, que compõem poemas, ela os convida para musicá-los, especialmente ao seu estilo raiz.
E agregado ao seu trabalho, ela aceitou o convite de Izabel Castanha Gil, que coordena um movimento sociocultural denominado Latitude 21, que se estende pelas dezenas de cidades da Nova Alta Paulista. Entre as várias atividades está a literatura regional, ainda pouco explorada por essa região.
“Durante a pandemia da Covid-19, os dois projetos se encontraram e, rapidamente, os bons frutos foram rendendo. Escritores de nove cidades aceitaram o desafio e criaram poemas inspirados em suas vivências e memórias, personagens marcantes e nas paisagens locais e regionais”, diz em texto Izabel.
Obras musicais, como “Somos a Nova Alta Paulista”; “Raízes”; “Herói do Chão”; “Terras Vermelhas”; “Águas do Paraná”; “Duas pontas da mesma chuva”; “Com carinho, a Mariápolis”; “Irrigando a urdição”; “Coração do interior”; “Ilha”; “Meu Tupã”; “Rico Tostão”; “Flora Rica”; “Tupã”; “Minha querida Tupi Paulista”; “Despertar”; “Ao acordar”; “Vai passar”; “O dia que o trem parou”; “Gratidão”; “Lições do tico-tico”; “Aqui é o meu lugar”; “Pioneiros da Nova Alta Paulista”; “Fátima” e outras.
Com Cida Ajala são 33 composições, de um total de 42 poemas musicados, músicas gravadas e direitos autorais registrados.
Se não ouviu ainda e tem curiosidade em conhecer as obras musicais, basta digitar o nome de Cida Ajala e o título das músicas no YouTube, que lá está todo trabalho cultural identitário, de fôlego e de muita criatividade da prudentina.
“JATOBÁ”
Fecha os olhos, põe escuta
Abre a mente e o coração
Respira leve e bem devagar,
Um dos gigantes da floresta
Há muito tempo
Tem algo a nos falar
Ele é grande, muitas visitas a receber
Chegam as pequenas apressadas
Muito trabalho a fazer
De dezembro a fevereiro
Muito mel nos favos vai render
Muitas aves fazem festa
Agradecem os fortes galhos
Quando a luz se anuncia
Onde dormiram protegidas
A noite toda, até o romper do dia
Incontáveis quatro patas, quatro patas
Grandes e pequenas, e pequenas
Estão sempre por ali
Sombra e muita comida
Nessa mata com jatobá e pequi
Vem a chuva e rega as matas
Enche o rio e o ribeirão
Da raiz até as folhas,
O gigante sobe em oração (2x)
Nos palácios e castelos
Nas mobílias e nas cumeeiras
Madeira nobre veio dele
Transformada por quem é
É mais gigante, sim, do que ele é
Lá se foram
As matas e os amigos naturais
O gigante, o gigante jatobá
Resistiu naqueles espiões
Imponente também em muitas praças
Doa frutos aos borbotões
O que os nativos já sabiam
A ciência, sim, comprova
E se torna novidade.
Faz delícias na cozinha
E remédio de grande complexidade
Doa tanto esse gigante, esse gigante
Que muitos o têm como sagrado
Agradecer a tantas dádivas
É cultiva-lo com agrado
Ele dá as sementes pra ser multiplicado