É como diz

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista que se reserva o direito de reescrever a história do impeachment

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 03/09/2023
Horário 05:30

É como diz o deitado: "Por enquanto, vou permanecer deitado na minha grande cama, visto que estou bem acompanhado. Vejam só: desfruto da companhia da morena, da negra, da loira e da ruiva, sem contar aquela de olhinhos puxados. Tenho quase um harém sem ser sultão", diz o malandro, que provoca: "Estão com inveja?"
É como diz o ladrão, chefe de quadrilha: "Toda a minha indestrutível fortuna é fruto da minha fruteira, onde milhares de amigos depositam frutos. Vai daí que fiquei rico vendendo esses frutos doados. Eu não furto. Eu tenho fruto", explica o meliante, acrescentando que "os furtos, quer dizer, os frutos me dão bons frutos".
É como diz o pescador: "O mar não está pra peixe. Para complicar, o rio que passa aqui perto - e desemboca no mar - também não está pra peixe. Também para complicar, o meu compadre, que mora em Xiririca da Serra, mandou mensagem pelo celular alertando que por aquelas bandas os cursos d´água em geral também não estão pra peixe nenhum. Vou ser político. Representarei os ribeirinhos e os caiçaras no Congresso Nacional", diz o pescador.
É como diz a filha moderninha: "Está cada vez mais difícil criar os pais. Eles estão por fora. Meu pai e minha mãe "apanham" do celular e do computador. Não entraram na era digital e nem sabem que diabo é isso", garante a filha. Moderninha, como foi dito acima. E a neta faz coro com a filha, no caso, sua mãe: "Está cada vez mais difícil conviver com os avós. Os velhos só falam de doença, perícia do INSS e farmácia popular. Também falam de bingo e baile da saudade no salão comunitário. Eu quero é balada", diz a neta, que está de olho em "um bom partido" para se casar e levar vida de madame. Ou de dondoca, sei lá, dona Lalá.

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É como diz a arrumadeira: "Eu quero é me arrumar".

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