Leishmaniose visceral acomete cerca de 35 mil pessoas na década

OPINIÃO - Jaime Dias

Data 24/02/2022
Horário 05:00

Na última década, 34.930 pessoas foram diagnosticadas com leishmaniose visceral no país. No mesmo período, 2.535 seres humanos perderam a vida para a doença. Esses números, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde, englobam o período de 2011 a 2020 e indicam que um em cada 13 casos evoluiu para morte. Presente em todas as regiões brasileiras, a leishmaniose visceral ainda é pouco diagnosticada e pode ser evitada por meio da prevenção ao principal responsável por sua disseminação: o mosquito-palha.
Esse mosquito, de nome científico Lutzomyia longipalpis, é o principal vetor do protozoário Leishmania e costuma picar cães de todas as raças e idades. O ciclo da doença não para na enfermidade canina. Isso porque, depois de picar um animal já infectado, o mosquito também pode picar humanos, transmitindo o protozoário a homens e mulheres, adultos ou crianças, de todas as idades e classes sociais. Na última década, além das mortes, 24.365 pessoas foram tratadas e se recuperaram da leishmaniose.
Os levantamentos mais recentes feitos por estudiosos indicam que, para cada caso de leishmaniose visceral em humanos, existem cerca de 200 cães infectados com Leishmania. Considerando o total de casos registrados na última década, o Brasil poderia ter tido até 7 milhões de cães infectados. Para se ter uma ideia, o país tem cerca de 54 milhões de cães, de acordo com estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Nesse cenário, 12 em cada 100 animais estariam acometidos com a leishmaniose visceral.
Todos os Estados brasileiros apresentam casos da doença. Contudo, cinco somam cerca de 60% das ocorrências registradas na última década. São eles: Maranhão (14,24% do total), Minas Gerais (12,94%), Ceará (12,38%), Pará (9,66%) e Bahia (9,10%). Há, ainda, mais de 1 mil casos em outros cinco unidades da federação: Piauí (2.847), Tocantins (1.826), Mato Grosso do Sul (1.764) e Pernambuco (1.384). 
As estatísticas são consideradas subestimadas, já que para cada registro confirmado em cães, outros cinco animais podem estar assintomáticos. Por isso, os tutores devem estar atentos aos sintomas da leishmaniose em seus animais de companhia. Ao notar desânimo, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento progressivo, perda de massa muscular, descamações na pele, feridas no focinho, orelhas e na região das articulações, além de perda de pelos, crescimento exagerado das unhas, vômito e diarreia, é preciso procurar imediatamente um médico veterinário.
Mais grave, a leishmaniose visceral também acomete e provoca lesões em importantes órgãos internos, como baço, fígado, rins, dentre outros, diminuindo significativamente a qualidade de vida e o bem-estar de nossos companheiros. Por isso, mais do que tratar a doença quando seus efeitos já são sentidos na pele, prevenir esta grave enfermidade é a melhor opção sempre. 
A utilização de coleiras com efeito repelente e inseticida contra o mosquito palha representa uma excelente opção de prevenção da leishmaniose visceral, mantendo estes vetores distantes dos cães.
Para auxiliar o tutor, o mercado brasileiro já conta com uma coleira com formulação exclusiva de fipronil, piriproxifeno e permetrina. Esse produto possui diferencial em tecnologia, permitido a liberação gradativa e contínua dos três princípios ativos para a pele e os pelos do cão tratado, mantendo os mosquitos longe dos animais. Essa coleira, ainda, é a única disponível no país a oferecer proteção contínua de oito meses contra os mosquitos transmissores da leishmaniose, além de pulgas e carrapatos, e essa é a melhor solução para manter protegida nossa família canina.

Publicidade

Veja também