Nascido em Centenário do Sul (PR), mas hoje em terras prudentinas, Thainã Beraldo Toma, 29 anos, é atleta e professor de crossfit, empresário e também um dos dez homens mais bem condicionados fisicamente do Brasil. Formado em Educação Física pela Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), hoje ele é dono de um box da modalidade, o CrossFit - Cross Hammer, onde além de treinar, ensina a prática a outras pessoas. A rotina faz parte da vida do competidor, que ainda anseia em se tornar um dos três melhores do país. Ao O Imparcial, ele contou sobre como começou essa relação com o esporte, as mudanças que encarou desde então e ainda deu dica àqueles que gostariam de praticar.
O Imparcial: Pra começar, como seu deu o início da relação com o Crossfit?
Sou formado em Educação Física, me formei em 2013, e eu procurava um método diferente de treinamento para oferecer aos alunos. Tanto para os alunos quanto para mim também. Eu conheci o crossfit em 2014 e foi exatamente o que eu pensava. Um treino mais dinâmico, um treino que deixasse a pessoa capacitada para qualquer coisa na vida dela, que deixasse ela preparada para qualquer situação. Eu joguei bola durante um tempo. Joguei no Londrina [PR]. Depois fui embora e joguei no Japão, aí voltei e vim estudar. Até então, nesse período, era praticante de musculação. E o crossfit é musculação, né. É repetição de peso, de carga, não deixa de ser musculação.
E desde que iniciou a prática, como a modalidade mudou sua vida?
Mudança para o corpo é muito rápida e, digamos, satisfatória. Em questão de estética, ela te deixa uma pessoa natural. Nem muito volumoso, nem muito magro. Fica uma pessoa normal, forte relativamente. E questão social, é um esporte que você faz aulas com pessoas, você treina com pessoas, então tem o vínculo de amizade que você cria no dia a dia. Às vezes você nem conhece a pessoa e você vai fazer um treino, e o professor pede para fazer em dupla. Você nem conhece a pessoa, mas passa conhecer, passa a ter a amizade. O que é diferente da musculação, que às vezes a pessoa vai, treina e muitas vezes vai embora sem falar nada. Aqui não, aqui é comunidade mesmo. As pessoas conversam, interagem, torcem um para o outro. Isso é o bacana do crossfit. E isso leva pra vida, né. Às vezes o fato de você sair na rua e cumprimentar, seja qualquer pessoa que passa ao seu lado, dar um bom dia, boa tarde ou boa noite. Isso é muito bacana.
Nos últimos dias, vocês obteve o 10º lugar na final nacional do TCB em Sorocaba. Isso o faz o 10º homem mais bem condicionado fisicamente do Brasil. Como é assumir essa marca?
Eu não esperava, quando eu comecei, nem entrar. Mas isso você vai conquistando no dia a dia com treino, dedicação. A gente se abdica de muita coisa, na parte social. Muita coisa a gente deixa de fazer para conseguir chegar lá. Então no início eu não esperava que ia chegar, e acabou que com os treinos a gente foi tendo esperança. É o terceiro ano que eu me classifico e a gente vai melhorando. E ficar entre os dez sempre foi um sonho. Esse ano eu tinha a meta de ficar entre os cinco. Cometi alguns erros e não pode errar quando está entre os melhores. Mas a décima colocação é um resultado bem significativo. As pessoas dão bastante importância para essa competição no país.
Hoje, pensando na prática, quais são suas ambições?
Em questão de atleta, eu viso agora um dos eventos sancionados que leva para o mundial [Open CrossFit Game]. Então tem alguns eventos agora que eu vou participar, e depois logo já vem a seletiva de novo. Depois dessa seletiva mundial, vou participar da seletiva do brasileiro. Então é aquilo,mais do que manter esse top 10, a ideia é ficar entre os três melhores do país, pegar um pódio quem sabe.
De que forma coincidiu de mesclar a prática do crossfit com a abertura de um negócio destinado a isso?
Foi acontecendo. Comecei a dar aula em outra academia, e não era do jeito que a gente queria algumas coisas, então optamos por abrir uma e fazer do jeito que a gente tinha vontade e do jeito que a gente acredita que é certo. E deu certo. É uma luta diária, porque você não consegue se dedicar a ser só atleta. Tem que ser atleta, tem que montar treino, dar aula, ser secretário, faxineiro. A gente faz tudo. É bem difícil, não é fácil não. Mas a gente vai levando. E interfere nos treinos. Se eu pudesse apenas treinar, me alimentar e descansar seria o essencial. Dá muita diferença. Então, acaba não tendo esse espaço. A gente treina e tem a preocupação de dar aula, preocupação com os alunos. Às vezes alguém falta e a gente vai atrás e ver o que aconteceu. Então influencia.
O esporte lida com preconceitos e mitos por pessoas que às vezes não conhece como funciona?
Quando a gente chegou aqui, o crossfit era muito mal falado, porque as pessoas se machucavam e algumas coisas deram errado no começo. Então a gente conseguiu mudar muito essa questão do nome crossfit hoje na cidade. Mas ainda assim, algumas pessoas que não conhecem o esporte, veem alguns vídeos e acham que é impossível. Mas não é assim. A gente tem aluno aqui que começou sedentário, que nunca fez nada na vida e consegue fazer. A ideia é mostrar para as pessoas que todo mundo é capaz. Porque o treino ele é um só para todos, só que ele é adaptável para cada nível de condicionamento, para cada pessoa. Tem gente que tem mais facilidade, tem gente que tem mais dificuldade, então a gente vai adaptando conforme o nível de capacidade ou de condicionamento da pessoa. Isso é uma individualidade biológica. Na aula sempre tem uma que tem mais dificuldade, que entrou agora e outro mais avançado, então é adaptável para todo mundo.
A prática é indicada para qualquer pessoa?
O crossfit é para todos. Não tem idade. Não tem peso. ‘Ah, vou emagrecer e entrar na academia primeiro, para depois entrar’. Não, não tem isso. Aqui a gente vai fazer tudo já. A gente vai melhorar seu condicionamento, vai melhorar sua força, vai passar exercícios auxiliares, então aqui a gente já faz tudo. Não precisa ter esse medo de vir. Todo mundo consegue fazer.