"O Campeão"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 15/03/2022
Horário 07:09

Em 1979, um filme levou multidões às salas de cinema sendo um dos campeões de bilheteria da época: “O Campeão” (“The Champ”), filme dirigido por Franco Zeffirelli, regravação de um clássico de mesmo nome de 1932 que tinha dado o Oscar de Melhor Ator Para Wallace Beery. A versão de 79 trazia Jon Voight como Billy Flynn, um ex-lutador de boxe, que agora trabalhava como adestrador de cavalos. Ele ganha um salário baixo, mas o suficiente para se manter e a seu filho T. J. (Ricky Schroder) de quem ganhou a custódia há sete anos, de sua ex-esposa Annie (Faye Dunaway). Agora, a mãe retorna como uma requintada dama, e decide se reaproximar do garoto com intenções de levá-lo. Atormentado em querer dar uma vida melhor ao filho pequeno, ele decide voltar aos ringues, sempre incentivado pelo garoto que o idolatra e o chama de Campeão. Impossível conter as lágrimas durante a exibição do filme, inclusive à época, quando se acendiam as luzes das salas do cinema, o público estava todo em prantos. Talvez, hoje possa soar como sentimental ou melodramático demais, mas um filme encantador que marcou várias gerações, principalmente pela interpretação cativante do ator mirim Ricky Schroder.

“Demência de Lewy” 

Com o aumento da expectativa de vida das populações, ocorreu um aumento na incidência dos quadros demenciais no envelhecimento, porém nem toda demência é decorrente de doença de Alzheimer. A quarta causa de demência entre os humanos é a chamada doença de Lewy ou demência de inclusão de corpos de Lewy que corresponde a um quadro demencial provocado pelo aparecimento de corpúsculos arredondados (denominados de corpos de Lewy) em áreas cerebrais específicas levando à degeneração das células cerebrais, determinando complicações na memória, no movimento e no pensamento. Existe uma tríade de sintomas bastante característicos da demência de Lewy: 1) Alterações cognitivas, com comprometimento de funções como memória, concentração, atenção, e mais tardiamente comunicação e linguagem; 2) Alterações dos movimentos, chamados extrapiramidais, semelhantes à doença de Parkinson como bradicinesia (lentidão), rigidez, marcha em bloco, tremores; 3) Confusão mental e alucinações visuais: há uma oscilação entre momentos de confusão extrema e outros calmos de relativa lucidez, com alucinações visuais em que a pessoa crêestar vendo coisas que não existem como crianças, animais ou situações de perigo. Além destas, podem ocorrer frequentes erros de avaliação de distância com tendência a quedas, alteração do sono REM (a fase mais profunda do sono), com gritos e agitação noturna, bem como perambulação e ideias delirantes na madrugada. A demência de Lewy se confunde com a demência da doença de Parkinson, mas a grande diferença é que na doença de Parkinson, a demência é bem mais rara e ocorre tardiamente após muitos anos de evolução, enquanto que na demência de Lewy, as alterações semelhantes ao Parkinson se iniciam próximas das alterações demenciais (dentro do mesmo ano). Não existem exames específicos para o diagnóstico, que é feito segundo critérios clínicos pelo geriatra ou neurologista. Não há tratamento específico, mas medicamentos utilizados para controle dos sintomas podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes, bem como de seus cuidadores. 

Dica da Semana

Livro

“O Dilema do Porco-Espinho”: 
Autor: Leandro Karnal. Editora Planeta. Subtítulo: Como encarar a solidão. O autor faz reflexões sobre o fato de viver só através de citações de várias passagens históricas, bíblicas e citações de autores. O livro é um repensar sobre a solidão, vivendo junto ou acompanhado, e a forma de driblá-la diante dos impasses da modernidade. 


 

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