"O coração não envelhece"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 15/08/2023
Horário 07:00

Aracy Balabanian teve uma longa e popular carreira na televisão brasileira estreando na TV Record em 1964 em “Marcados pelo Amor”, de Walther Negrão, ao lado de Francisco Cuoco. Antes de ser uma estrela na Globo, ela despontou para o sucesso mesmo foi na TV Tupi de São Paulo, onde fez títulos inesquecíveis como “Antônio Maria” (68) e “Nino, o Italianinho” (69). Um de seus trabalhos menos lembrados foi “O Coração não Envelhece” que fazia parte do projeto As 4 Estações do Amor do diretor de programação da TV Tupi em 1968, Jota Silvestre. Nesta trama, Aracy interpreta a protagonista Irene, uma mulher ambiciosa que não mede esforços para conseguir seus objetivos, manipulando o marido Amaro (Fábio Cardoso) e os filhos. Desconfiada, Irene pressente a redução do seu poder de influência com a chegada de uma antiga namorada do esposo e terá que decidir entre a ambição desmedida pelo dinheiro ou a felicidade no lar. No elenco: Guy Loup, Lisa Negri e Renato Master.
    
“Sobreviventes”

É natural e comum que as pessoas mais maduras lembrem os tempos passados, principalmente as épocas de infância e juventude com saudade e nostalgia. O mundo e os hábitos se modificaram demais, a evolução tecnológica deixou para trás brincadeiras inocentes e saudáveis, muitas delas despretensiosas. Contudo, também é necessário ressaltar que muitos hábitos destas épocas não tão remotas, parecem bastante inseguros e até mesmo, bem perigosos. Há quatro décadas ninguém usava cinto de segurança nos automóveis e criança era transportada no banco da frente sem qualquer cuidado especial: era comum ter uns três ou quatro pirralhos passeando no porta-malas ou “vaguinho” dos carros. Por sinal, era muito comum se amontoar pessoas, umas nos colos das outras para um passeio curto, chegando a caber uma dezena em um fusquinha ou Fiat 147, ou uma família inteira na rabeira das antigas caminhonetes. As crianças brincavam nas ruas sem maiores cuidados (também não tinha tanto automóvel assim circulando), fazendo pistas de patinetes, pegando carona na rabeira dos ônibus ou ziguezagueando de bicicleta por aí. Quase ninguém usava equipamento de proteção individual em seus postos de trabalho, e era um verdadeiro contar com a sorte quanto a acidentes: bombeiro sem máscara antigases, operários sem capacetes, enfermeiros sem luvas, e por aí vai. A criançada ia e voltava a pé para a escola que geralmente podia ser longe, sem ninguém para ir levar ou buscar, muito menos algum transporte escolar. Os parques de diversões eram um campo minado: correntes de chapéu mexicano meio que enferrujadas e estralando, sacos de estopa cheirando a mofo para descer dos tobogãs e teleféricos com crianças viajando sozinhas. Crianças se aventuravam a brincar nos buracões e fundos de vale deslizando no lodo e caçando girino (que juravam serem peixinhos). Médico era só para emergência mesmo, o resto se curava em casa, na benzedeira ou no máximo no farmacêutico do bairro. Tudo impensável para os dias de hoje. Evoluímos bastante em cuidados, que parece que hoje cuidamos demais: as gerações de peroba viraram gerações de vidro fino. 
 
Dica da Semana

Streaming 

Novelas disponíveis com Aracy Balabanian:
Aracy Balabanian estará para sempre na memória de diversas gerações e pode ser apreciada por diversos trabalhos disponíveis no Globoplay, como “Locomotivas”, 77 (Milena), “Elas por Elas”, 82 (Helena), “Que Rei sou Eu?”, 89 (Maria Fromet), “A Próxima Vítima”, 95 (Filomena Ferreto), “Sai de Baixo”, 96 (Cassandra), “Da Cor do Pecado”, 2004 (Germana), “A Lua me Disse”, 2005 (Leontina), “Passione”, 2010 (Gemma) e “Cheias de Charme”, 2012 (Máslova), dentre outras. 


 

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