Eu acredito que escrever é uma forma de aprender a ler o mundo, compreender o contexto no qual as coisas fazem sentido. Como é grande o poder conciso das palavras. Como é bom encontrar as palavras certas quando é preciso escrever. Escrever é uma forma de diálogo, de compartilhamento das minhas palavras com outras pessoas.
Eu acredito no conhecimento com base nas evidências científicas. Sim, a Terra é redonda! Somos herdeiros da evolução das espécies! Os vírus e outros agentes patógenos existem! Nosso planeta é dinâmico, em constante transformação. Processos contínuos como o crescimento de recifes. Processos descontínuos fascinantes como o do remodelamento da faixa litorânea durante tempestades. O novo e o velho, o externo e o interno, considerados como vetores que se negam, comprimem o espaço num mesmo tempo. Inundações, terremotos, tsunamis, secas, furacões, eventos que nos parecem raros ao longo de nossas vidas, mas comuns nas entranhas das rochas, nas linhas-mestres da história da Terra.
Mas o mundo não é compreensível apenas com as ferramentas da razão. Eu acredito que são as mãos humanas que transformam o mundo. Principalmente as mãos dos jovens, a força dos jovens! Ser jovem é manter-se aberto a novas experiências, enfrentando e transgredindo padrões impostos de comportamento. Viva a diversidade de pautas dos jovens! Sou um professor e faz parte da nossa prática refletir sobre sonhos coletivos, aspirações juvenis. Nossa atuação como professores não exige apenas o domínio conceitual, mas também o nosso posicionamento crítico diante de muitas inquietações que acompanham a vida dos nossos jovens alunos. É preciso deixar falar o jovem que habita dentro de nós e que deseja transformar o mundo!
Mas também é preciso ouvir as histórias dos mais velhos, seguir seus passos, ser amparado por eles, caminhar de mãos dadas com eles por encruzilhadas e matas fechadas. Sim, os velhinhos gostam de me contar segredos! Deve ser muito bom viver em um mundo com ciclos de tempo tão longos... Hoje parece que o tempo voa e o mundo gira cada vez mais rápido!
É por isso que mantenho-me em duelo constante com o que escrevo. Daquilo que vejo e do que sonho. É preciso se entregar ao poder da criação e da expressão das emoções por meio do uso figurado, metafórico ou subjetivo das palavras. Eu acredito que “pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos, sou eu que escrevo o que estou escrevendo” (Clarice Lispector).
