"O preço de um homem"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 30/08/2022
Horário 07:00

“O preço de um homem” foi uma novela da TV Tupi exibida às 20h, escrita por Ody Fraga, baseada no livro “Senhora”, de José de Alencar, exibida entre 1971 e 1972. Na trama, Rosa (Arlete Montenegro) é uma moça humilde que trabalha em uma loja de modas na Rua Augusta, que é noiva do também pobre Mário (Adriano Reys). Seu noivado é ameaçado, quando uma rica herdeira, Marisa (Maria Helena Dias), lhe oferece a oportunidade de ascensão social. Interessado em conseguir dinheiro para auxiliar a mãe e a irmã, Mário dispensa Rosa. No entanto, Rosa recebe uma grande herança de um parente desconhecido e, para se vingar, compra o noivo através da oferta de um dote. Com o casamento, eles vão ter que enfrentar sentimentos de vingança, ironia e orgulhos feridos até que o amor reacenda. O livro Senhora já tinha sido adaptado para TV anteriormente em novelas não diárias, e ganharia uma versão definitiva em 1975 na Globo às 18h com Norma Blum e Cláudio Marzo. Adriano Reys se consagrou neste papel e se tornaria um dos galãs da TV Tupi em tramas como “Bel Ami” (1972), “Os Inocentes” (74), “A Viagem” (75) e “O Direito de Nascer” (78).
    
“O trabalho de não dar trabalho”

“Eu não quero dar trabalho para os meus filhos”. Esta é uma das frases mais ditas pelos idosos, e um dos pensamentos mais frequentes por quem está no processo de envelhecimento. A expressão deste desejo demonstra dois sentimentos concomitantes: o receio de ser estorvo, e a vontade de continuar independente pelo maior tempo possível. Há uma tendência natural dos idosos em não quererem incomodar, não ser um peso para os familiares, especialmente seus filhos e netos. Esta preocupação exagerada em não ser inconveniente pode provocar atitudes reflexas de esconderem sintomas, não se abrirem sobre seus sentimentos, com receio de gerar cuidados. Muitos idosos fingem estarem bem ou amenizam seus problemas para não serem pivôs de conflitos ou disputas. Outros preferem não verbalizar suas queixas até mesmo para não levarem broncas ou pitos de seus parentes mais jovens, cheios de conselhos e orientações na ponta da língua. Também é comum a tendência de se mostrarem mais ativos e dinâmicos, mesmo apresentando nítidas fragilidades e dificuldades, com receio de serem cerceados de suas liberdades individuais. Adiam ao máximo a presença de parentes ou cuidadores em seu redor, e evitam enquanto podem mudar de suas próprias residências para irem morar com os filhos. Esta situação pode ser determinante de um eterno pisar em ovos por parte dos idosos, com receio de incomodar, e dos próprios filhos em gerarem sentimentos de que os idosos possam estar incomodando. Desta forma, algumas condições de saúde podem ser agravadas com este silêncio em queixar-se, com adiamento de diagnósticos e tratamentos. Portanto, o ideal é sempre manter um clima ameno de diálogo e verdade, onde os laços afetivos sejam úteis para aproximar pessoas que se amam, e não para espremer emoções individuais com receio de mágoas. A melhor forma de não dar trabalho é continuar dando o trabalho, pois adiar pode aumentar o fardo. Verbalize queixas, reclame quando sentir necessidade. E, você jovem ou familiar de um idoso, pergunte, questione e se mostre interessado. Nenhum trabalho será muito quando realizado na hora certa. 

Dica da Semana

Livros

“Os sonhos não envelhecem”:
Autor: Márcio Borges. Editora Geração. O livro narra a história do famoso Clube da Esquina, um ponto de encontro de poetas e músicos em Belo Horizonte, Minas Gerais, há 50 anos. Uma geração contestadora que protestava através da arte e da música: a geração do grupo, que continha nomes como Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, Wagner Tiso e o próprio autor Márcio Borges.


 

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