PIB regional cresce 3,3% em 2022 e fica acima do resultado do Estado

Média estadual foi de 2,8%, conforme dados da Fundação Seade; desempenho favorável da região de Prudente foi impulsionado pelos setores de serviços e indústria

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 16/04/2023
Horário 04:05
Foto: Marcello Casal Jr./ABr
PIB regional ficou acima da média estadual, apontam dados da Seade
PIB regional ficou acima da média estadual, apontam dados da Seade

O PIB (Produto Interno Bruto) da RA (Região Administrativa) de Presidente Prudente cresceu 3,3% no ano passado, ficando à frente do Estado de São Paulo, que registrou aumento de 2,8%, de acordo com dados divulgados pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). A região responde por 1,2% do PIB paulista.
Em valores correntes, a soma de todas as riquezas produzidas na região passou de R$ 33,4 milhões em 2021 para R$ 37,9 milhões em 2022. No ano passado, as cifras entre os quatro trimestres foram de R$ 8,4 mi, R$ 9,3 mi, R$ 10,4 mi e R$ 9,7 mi, respectivamente.
Quanto ao quarto trimestre, a região de Presidente Prudente obteve alta de 4,1% em relação ao mesmo período de 2021. Já na comparação com o terceiro trimestre de 2022, a evolução foi 0,2%.
O gerente da área de Economia da Fundação Seade, Vagner Bessa, explica que o desempenho superior de Prudente em relação ao Estado de São Paulo foi impulsionado, sobretudo, pelos setores de serviços e indústria. Segundo ele, os serviços cresceram 4,6% na região de Prudente, ao passo que o aumento estadual foi de 3,6%. Já a indústria teve alta de 2,8% na região e de 0,9% em todo o território paulista.
Vagner aponta que o desempenho desfavorável ficou por conta da agropecuária. O setor registrou queda de 0,3% no Estado, enquanto na região de Prudente o recuo foi de 5,7%.
O economista prudentino Adriano Machado Santos expõe que outras regiões do Estado, bem como a capital paulista, já têm uma economia mais consolidada e com pouco espaço para crescimento, enquanto a região de Prudente ainda possui uma área econômica inabitada, ou seja, passível de expandir. “Deste modo, qualquer evolução pequena desponta no percentual do PIB”, comenta.
Ele não se admira com o lugar de destaque do setor de serviços, já que, segundo o profissional, esta é a mola propulsora da economia regional. “A indústria, por sua vez, é favorecida principalmente pelo setor da construção civil, que vem caminhando bem forte”, considera.  

Serviços e indústria

O gerente regional do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em Prudente, José Carlos Cavalcante, aponta que os resultados são indicativos da retomada das atividades após a pandemia da Covid-19. Para ele, os segmentos associados a serviços, como transportes e armazenagem e comércio, por exemplo, se beneficiaram da retomada da mobilidade e dos programas que injetaram renda na economia durante o ano passado.
Já o diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Itamar Alves de Oliveira Jr., afirma que o desempenho positivo é reflexo do aumento do potencial de produtividade da região e da instalação de novas áreas de plantio e agroindústrias nesta parte do oeste paulista. “Acredito que tem havido uma pujança e a crença de todo o empresariado de que a regularização fundiária traz benefícios. Havendo essa política, todos os setores econômicos são favorecidos. A região tem um futuro promissor devido a esse programa e acho que o empresariado está confiante”, avalia.

Crescimento em todo o Estado

De acordo com a Seade, o PIB paulista cresceu em todas as regiões do Estado de São Paulo, conforme o desempenho apesentado no 4º trimestre de 2022. As regiões que mais se destacaram no ano de 2022 foram Marília (5,0%), Santos (4,8%), Bauru (4,6%) e Sorocaba (4,4%), todas com crescimento bem acima do resultado do Estado (2,8%).
O resultado ainda revela que a Região Metropolitana de São Paulo é maior aglomeração do Estado, apresentando a maior participação no total do PIB paulista, com 50,2%, seguida pelas regiões de Campinas com 20,0%, e de São José dos Campos, com 5,6%.

Entenda o PIB

Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, Estado ou cidade, geralmente em um ano. Os bens e serviços finais que compõem o indicador são medidos no preço em que chegam ao consumidor. Dessa forma, levam em consideração também os impostos sobre os produtos comercializados.
Ainda segundo o instituto, o PIB não é o total da riqueza existente em um território. “Esse é um equívoco muito comum, pois dá a sensação de que o PIB seria um estoque de valor que existe na economia, como uma espécie de tesouro nacional”, explica. “Na realidade, o PIB é um indicador de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um período. Se um país não produzir nada em um ano, o seu PIB será nulo”, completa.

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