É possível viver bem sozinho?

OPINIÃO - Amanda Piai

Data 01/07/2023
Horário 05:00

O ser humano é gregário, fomos aprendendo a viver em grupo em prol da sobrevivência. Hoje, como sociedade, temos a tendência de esperar do outro muito mais do que ajuda para alimentação e manutenção da vida. Criamos uma infinidade de expectativas e necessidades que nem sempre são cumpridas e nos deparamos com uma grande fonte de sofrimento. 
Criar laços afetivos e desenvolver relações mais profundas não é um problema por si só; muito pelo contrário, pode ser motivo de muita felicidade. Porém, assim como em muitos casos, uma análise de excessos e faltas juntamente com o contexto em que ocorre o comportamento é o que determina se o mesmo é saudável ou não. 
Sendo mais clara, até mesmo características que são consideradas boas socialmente, quando encontradas em excesso em certas situações podem ser motivo de sofrimento e demonstrar inadaptabilidade. O mesmo ocorre com confiar e depender do outro. 
De acordo com Tom Jobim, “é impossível ser feliz sozinho”. Se pensarmos pelo viés da solidão, realmente precisamos de pessoas para interagir, nos dar apoio e nos acompanhar nos piores e melhores momentos da vida. Entretanto, será que sabemos escolher essas pessoas? Indo além, somos bombardeados pela pressão social que considera sucesso pessoal estar em um relacionamento independentemente se o mesmo é saudável ou não. Só podemos ser plenamente felizes em um relacionamento amoroso?  
Quando falamos de pessoas, raríssimas as vezes em que conseguimos estabelecer que algo é bom para todos. Tendo isso em mente, o que nos faz feliz é muito subjetivo e singular. Muitas pessoas se sentem sozinhas mesmo estando cercadas de pessoas ou até mesmo em um relacionamento amoroso. Se rodear de pessoas que não te valorizam e que não possuem os mesmos valores que você muito provavelmente te trará mais sofrimento do que bem estar. 
Você sabe o que de fato te faz feliz ou até mesmo valorizar as pequenas felicidades de sua vida? É um erro nosso projetar no outro a nossa própria felicidade. Se nós não sabemos nos fazer felizes, quem dirá uma terceira pessoa. Não é obrigação do outro te fazer feliz; as relações saudáveis são compostas de trocas, apoio, empatia e reciprocidade. A partir do momento em que entendemos isso, outras relações deixam de valer a pena. 
O segredo para termos relações significativas e nos distanciarmos um pouco da solidão é desenvolver autonomia e autoconfiança; saber seus limites e o que é valoroso para você. Assim, é possível perceber quem de fato deve estar por perto e nos faz bem. 
 

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