“A Semana do Presidente” era um miniprograma vinculado na TVS e TV Record, e posteriormente no SBT, no final do “Programa Sílvio Santos” todos os domingos, geralmente entre o Show de Calouros e o Topa Tudo por Dinheiro. Foi exibido por mais de 20 anos, inicialmente durante o regime militar pelo presidente João Batista Figueiredo, em parceria com o apresentador, que na época pleiteava a concessão de seu próprio canal, que foi finalmente liberado em 1981. O boletim era custeado pelo governo e, com poucos minutos, fazia um resumo das atividades da semana do presidente. Inicialmente usado como mais um recurso de ufanismo, aos poucos, virou um pequeno resumo de atividades do presidente de então. Passou por José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Na vinheta do programa, aparecia a bandeira brasileira tremulante e, ao fundo, o Palácio do Planalto com a narração do locutor Lombardi. Sílvio Santos sempre manteve a posição de neutralidade diante do governo e continuou a receber em seus programas no SBT, todos os outros presidentes, quer seja para entrevistas ou participação em programas de auditório e se encontrou com Lula, Dilma, Michel Temer e Bolsonaro. Realmente Sílvio podia ser puxa-saco, mas era democrático.
Efeito Dunning-Kruger: quando a burrice sobe no salto
Dizem que a verdadeira inteligência e intelectualidade são silenciosas, não precisam de alarde e se mantem neutras ou equilibradas em situações de conflito ou diferenças de posturas. A síndrome da pessoa que se acha inteligente não é um diagnóstico formal, mas é um fenômeno cada vez mais frequente, principalmente com o avanço das informações digitais e redes sociais. Ela descreve a pessoa que tem excesso de confiança em suas habilidades (que geralmente são bem rasas), um viés cognitivo onde a incompetência leva à superestimação do próprio conhecimento, numa necessidade constante de se mostrar sábio mesmo sem expertise sobre o tema. Os portadores do efeito Dunning-Kruger parecem carregar um fardo pesado e dobrado, pois além de chegar com frequência a conclusões erradas, não têm a mínima capacidade de enxergar seus próprios erros. É o sabichão, sabe-tudo, que diz as maiores besteiras como se fossem verdades científicas comprovadas, baseadas nas suas próprias conclusões ou no que já ouviu falar por aí. Adquirem picos de confiança quando se deparam com uma nova informação que desconheciam e passam a usar a nova ideia de forma aleatória e deturpada. Quem sabe pouco, acha que sabe muito, superestimando suas habilidades e pessoas que sabem muito, às vezes acham que sabem pouco, pois conseguem perceber a complexidade dos assuntos e geralmente evitam vereditos e opiniões definitivas. E cuidado ao sair taxando por aí os outros como burros, pois, pode ser o primeiro sinal, da incompetência da auto-avaliação de sua própria burrice. Leiam e estudem sempre. Vejam e revejam conceitos. Não cheguem a conclusões definitivas rígidas e arejem a mente para permitir a flexibilidade dos olhares.
Dica da Semana
Streaming / Série
“Mildred Pierce:”
Minissérie de 2011, baseado em livro clássico de James M. Cain que deu origem ao filme de mesmo título de 1945 (no Brasil, exibido como Alma em Suplício), que deu o Oscar de Melhor Atriz para Joan Crawford. Nesta versão disponível no HBO Max, o longa se transformou em série com cinco episódios sobre a história de uma mulher simples, Mildred (Kate Winslet), que arregaça as mangas, virando dona de uma cadeia de restaurantes, enquanto convive com a filha Veda, amarga, cruel, mesquinha e com vergonha da mãe. Para quem não sabe, esse entrecho principal deu original à trama principal da novela “Vale Tudo”.
