"Triângulo da Tristeza"

Cinemateca

COLUNA - Cinemateca

Data 29/03/2023
Horário 06:08

O PODER CORROMPE: 
O grande trunfo da trama é caracterizar de forma impecável a inversão das classes sociais, mas há quem diga que o longa é menos esperto do que imagina ser. E usa um conceito já muito explorado: “o poder corrompe”, mas usando de forma constrangedora e escatológica, o filme expõe os absurdos que não apenas os ricos, mas toda nossa sociedade constrói e reproduz nessa ânsia constante de estar acima dos demais.

IMPREVISÍVEL: 
A narrativa criada pelo diretor Ruben Östlund é tão imprevisível e engenhosa que, graças ao humor mordaz, o espectador pode se ver rapidamente atraído pelo que está assistindo, mesmo que o enredo esteja apenas engatinhando. Isso denota muito controle pela a história que está contando, o que fica evidente no primeiro capítulo com a apresentação do casal protagonista. O “triângulo” serve também como alusão à estrutura do filme por ser dividida em três partes, depois, para a síntese definitiva: um trágico fenômeno que traça uma sátira à alta sociedade. 

SÁTIRA: 
Essa dinâmica de casal funciona para iniciar o enredo, que vai se expandindo e aprofundando de acordo com os acontecimentos inusitados no cruzeiro de luxo. Algumas cenas me deixaram desconcertada enquanto assistia. Mas começar com duas pessoas que gozam de seus privilégios e vivem dentro de suas bolhas, o diretor garante o divertimento em ver a futilidade espumando. 

UNIVERSO: 
Algumas cenas são completamente criadas para causar o desconforto e a vontade de chacoalhar os personagens, que em seus coadjuvantes, encontramos o russo anticomunista vendedor de fertilizantes; o simpático casal de ingleses comerciantes de explosivos; e nossos protagonistas influencers são algumas figuras que formam o microcosmo. 

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