1º Festival de Cultura Caipira espera reunir 9 mil em 3 dias

Evento será nos dias 24, 25 e 26, no Matarazzo, com entrada gratuita; haverá oficinas, artesanato, contação de histórias, shows musicais e comidas típicas

VARIEDADES - DA REDAÇÃO

Data 10/06/2022
Horário 08:00
Foto: Cedida
Arnaldo Freitas
Arnaldo Freitas

Nos dias 24, 25 e 26 de junho, no fim de semana da festa de São João, data de grande referência na cultura caipira, será realizado o 1º Festival de Cultura Caipira do Matarazzo, no próprio Centro Cultural Matarazzo, a partir das 18h. A entrada é gratuita, inclusive para as oficinas culturais. A expectativa do idealizador do evento, Renato de Jesus Souza Silva, o Jesus de Burarama, é de que 3 mil pessoas passem pelo local diariamente.
Na programação de atrações preparadas ao público que passar pelo local nos três dias, estão: oficinas de cordel, artesanato e contação de histórias, no período diurno. E à noite, shows de violeiros e sanfoneiros, feira de artesanato caipira e muitas delícias à base de comidas típicas de produção dos assentados de vários municípios do Pontal do Paranapanema, pequenos produtores em regime de economia familiar.
“É importante manter ativo este tipo de evento pela necessidade de criarmos salvaguardas para a cultura caipira, que está embutida no nosso jeito de ser, já que é a verdadeira cultura tradicional do povo paulista [dizendo respeito ao povo da roça]”, expõe Renato.
O projeto, que foi contemplado pelo Edital 29/2021 do ProAC (Programa de Ação Cultural) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, tem o apoio e parceria da Prefeitura de Presidente Prudente, através da Secult (Secretaria Municipal de Cultura),  bem como da Fundação Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo).

Atrações musicais

Alguns dos principais violeiros e duplas da viola caipira e música raiz da região e do país estarão presentes neste primeiro evento. Dentre eles, Arnaldo Freitas, Benê Soares e Rouxinol, Cícero Gonçalves, Duo Raízes da Esperança, Jackson Ricarte, Juliana Andrade e Cleyton Torres, Pedro Carreiro, Edson Esteves e Fernando; orquestras de viola caipira de Mirante do Paranapanema, Presidente Prudente, Pirapozinho e Tupi Paulista, além dos expoentes do “Caipira Nova Geração” Amanda e Vinícius, Carlos Viola, Paulo Soares e Breno Reis. 

Cultura caipira

O Festival de Cultura Caipira tem muita história envolvida. Apesar de ser ativista cultural, há mais de 40 anos, foi há 22 anos que Renato focou seu interesse na cultura caipira, quando criou o 1º Encontro de Violeiros e Cantador de Irapuru, que viria a se transformar em 2005 no Caipirapuru - Festival Caipira de Irapuru, “a principal festa caipira da região!”, exclama Renato. 
“De lá pra cá, começamos a criar através do Clube Amigos da Viola, vários eventos similares na região”, destaca ele, citando com destaque para Pacaviola – Encontro de Violeiros de Pacaembu (cinco edições, 2010-2014); Viola Solidária – Encontro de Violeiros da Solidariedade, em prol da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Martinópolis, oito edições, 2012-2019; Fecajun (Festival Caipira de Junqueirópolis), três edições, 2013, 2015 e 2021; Mostra Itinerante de Cultura Caipira em Teodoro Sampaio (2015); 1º Encontro de Cultura Caipira dos Bairros Rurais, distrito de Floresta do Sul, Prudente (2016); 1º Festival Caipira do Pontal, distrito de Planalto do Sul, Teodoro Sampaio (2017).
“Nossa região recentemente comemorou 100 anos de influência da cultura caipira, pois Rancharia fez 100 anos em 2016, Presidente Prudente em 2017 e Floresta do Sul, distrito rural de Prudente, 100 anos em 2018, um ano depois, o que vem mostrar que o nosso desenvolvimento sociocultural foi sobremaneira influenciado pela cultura caipira”, ressalta Renato de Jesus.

“É tudo o mesmo povo"

O cordelista exalta que o caipira nada mais é e tudo é, ao mesmo tempo, que o mestiço do branco europeu com a nativa brasileira, o caboclo, que formou o primeiro gentio paulista e se espalhou pelo país afora. Depois com a miscigenação com o negro originou a base do povo brasileiro.
“Caipira, paulista e bandeirante é tudo o mesmo povo, tudo a mesma gente, os primeiros habitantes da então Vila de São Paulo de Piratininga”, frisa o ativista cultural.

Fotos: Cedidas

Amanda e Vinícius


Cícero Gonçalves


Jackson Ricarte


Juliana Andrade

 

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