O 103º Shokonsai, evento realizado no Cemitério Histórico Japonês de Álvares Machado, foi um sucesso superando novamente as expectativas, recebendo o público esperado, em torno de 8 mil pessoas ou mais, segundo o vice-presidente da Aceam (Associação Cultural, Esportiva e Agrícola Nipo-Brasileira de Álvares Machado), Luiz Takashi Katsutani. Ele destaca que além da parte artística cultural, o que os orientais prezam muito nesse evento é cultuar seus antepassados. Relembrar a saga, todo o sofrimento que passaram durante a imigração. E o cemitério é um exemplo disso, onde das 784 pessoas sepultadas, dentre estas apenas um brasileiro de nome Manoel, mais de 70% são crianças de 1 a 3 anos.
“O que mostra então esse sofrimento que eles tiveram. Então tudo isso é uma responsabilidade nossa de dar continuidade para preservar esse legado. Inclusive, temos o respeito dos ocidentais. Mas uma coisa que ressaltamos sempre é que temos gratidão ao povo brasileiro, ao Brasil, que recebeu nossos pais e avós dando a oportunidade de eles se estabelecerem aqui e nos formar a maneira que fizeram”, acentua Luiz Katsutani.
Mais uma vez, a tradição se manteve e, às 22h, todas as velas ainda estavam acesas nos túmulos, na calmaria de um momento único em culto aos antepassados orientais. “O que acrescentou ainda mais neste momento este ano foi a Orquestra de Câmara do Oeste Paulista tocando durante uma hora enquanto as velas queimavam”, expõe o organizador, destacando um dos momentos sempre tão aguardados.
Luiz conta que estava conversando com dois amigos que elogiavam o evento, e lhe perguntaram o que preparariam para o ano que vem. Nesta edição, foram realizados workshops de origami, de shodô, bonsai, uma exposição das coisas da província de Okinawa, além da inauguração do Torii (portal), doado pela família Funada.
“Uma das novidades que posso já adiantar é que o maestro Luizão disse que vai tocar na ilha que temos no local, no ano que vem. E quando ele fala, faz. [risos]”, exalta o vice-presidente da Aceam.
Ele enfatiza que foi um sucesso e precisa agradecer aos patrocinadores e colaboradores voluntários, mais de 200, às associações parceiras como Acae (Associação Cultural, Agrícola e Esportiva), como a de Presidente Bernardes. “É um trabalho que também estamos fazendo para que fortaleça essa união entre as associações. E dessa vez foi muito bom, eles nos ajudaram muito!”, exclama Luiz Katsutani.
Foto: AI Álvares Machado
Orientais prezam muito o culto aos seus antepassados no Shokonsai
Sinomar Calmona
Inauguração do Torii (portal), doado pela família Funada, integrou a programação
Claudia Miyuki Koga Sugui
Exposições e workshops marcaram 103ª edição, conforme organização
