2 mil interessados voltam a estudar em instituições de PP

Jovens e adultos retornam às salas de aula das redes municipal e estadual para continuar “de onde pararam"; ontem, ex-alunos, estudantes e profissionais comemoraram 20 anos do Ceeja

PRUDENTE - MARIANE GASPARETO

Data 28/04/2017
Horário 10:42
 

Mais de 2 mil jovens e adultos retornaram às salas de aula das redes municipal e estadual de ensino de Presidente Prudente para continuar os estudos, após terem interrompido o aprendizado. São cerca de 200 alunos na EJA (Educação de Jovens e Adultos) presencial do período noturno da Escola Estadual Florivaldo Leal, 55 matriculados na Escola Municipal Doutor João Franco de Godoy e mais de 1,8 mil pessoas beneficiadas com orientações no Ceeja (Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos).

Jornal O Imparcial Há 20 anos, Ceeja proporciona atendimento individualizado a estudantes matriculados

Na noite de ontem, ex-alunos, estudantes e profissionais da unidade se reuniram para comemorar os 20 anos do Ceeja, em um evento com a apresentação de coral e vídeos de oficinas realizadas na escola. A supervisora de Ensino da Diretoria de Ensino de Presidente Prudente, Alice Filgueiras, esclarece que a maioria dos alunos prefere o formato da unidade, que proporciona um aprendizado individualizado, e não exige o acompanhamento diário de aulas, com horários mais flexíveis. "Eles pegam os livros, estudam em casa e vão até a unidade para sanar suas dúvidas com o professor, voltando apenas para fazer a atividade. Dependendo da dedicação pessoal, é possível recuperar três anos em três meses", declara.

No entanto, ainda há quem sinta dificuldade em aprender dessa forma independente, o que motiva parte dos matriculados a procurar as aulas presenciais no Florivaldo Leal. O perfil desse aluno é bastante diferente do estudante "regular". A idade é um dos aspectos que mais varia, indo de adolescentes nos seus 15 anos, até idosos com mais de 60. No entanto, boa parte está na faixa etária de 30 e 40 anos, muitos buscando o diploma por exigência do mercado de trabalho.

"Muitos contam histórias tristes de dificuldade, relatam que foram obrigados a parar de estudar por conta de empregos e depois desanimaram de voltar", expõe Alice. Uma delas foi a funcionária da Toledo Prudente Centro Universitário, Karen Cristina Acosta Barreiros, que desde 2007 tenta continuar sua educação, mas agora, neste ano, acredita que "finalmente" conseguirá os tão almejados diplomas. Por conta do déficit de atenção, não conseguia se adaptar às aulas comuns, perdendo muito o foco e com dificuldades no aprendizado. Hoje, no Ceeja, com as orientações personalizadas, tem vencido as barreiras e feito as provas com tranquilidade. "Sou ansiosa, impaciente, e na aula ficava nervosa e até apavorada. Hoje eu vou para a escola e não fico mais de uma hora, é bem didático e aprendo mais", declara.

Na Seduc (Secretaria Municipal de Educação), uma motivação comum entre os estudantes é a retirada da CNH (Carteira Nacional de Habilitação), relata a coordenadora pedagógica Sandra Barbosa. "Por mais que não se exija diploma para dirigir, eles precisam saber ler e escrever para fazer as provas e conseguir o documento", esclarece. Boa parte dos alunos também abandonou a escola pela necessidade de trabalhar. "No futuro, porém, eles acabam entendendo a importância da qualificação e buscando o diploma".
SERVIÇO

As escolas recebem inscrições ao longo de todo o ano para a Educação de Jovens e Adultos. A Seduc (Secretaria Municipal de Educação) fica na Rua Doutor Cyro Bueno, 86, Jardim Morumbi, e a Diretoria de Ensino de Presidente Prudente na Avenida Manoel Goulart, 2651, Vila Santa Helena.

 
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