272 boxistas pleiteiam permanência no camelódromo

Material colhido pela Prefeitura, durante processo de recadastramento, há duas semanas, foi entregue ontem ao Ministério Público

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 26/10/2019
Horário 04:00
 Jean Ramalho - Reunião na Praça da Bandeira reuniu comerciantes para apresentação de nova proposta
Jean Ramalho - Reunião na Praça da Bandeira reuniu comerciantes para apresentação de nova proposta

A Prefeitura de Presidente Prudente entregou ontem ao MPE (Ministério Público Estadual) o material colhido durante o recadastramento dos boxistas, há duas semanas, momento em que foram contabilizados 272 estabelecimentos. De forma simultânea, do outro lado do MPE, no centro do camelódromo, boxistas se reuniram para debater uma nova proposta que será apresentada junto ao processo, que é a de reforma parcial, com remanejo dos boxistas dentro da própria Praça da Bandeira, sem que eles precisem ser realocados em outro ambiente que não seja aquele. A medida, no entanto, já é “praticamente descartada” pela Prefeitura.

A administração lembra que eram previstos 274 recadastramentos, mas informa que um deles não compareceu e o outro desistiu ao entregar a chave do comércio, o que fez com que o número fosse fechado em 272. A entrega foi feita pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Alberto da Silva Corrêa, Casagrande. Vale lembrar que o projeto inicial conta com 240 comerciantes, mas como nele não há a regulamentação dos boxes alimentícios, e levando em consideração que existe a possibilidade de que haja irregularidades nestes recadastrados, o número final daqueles que permanecerão será menor, principalmente pela realocação do setor alimentício, hoje espalhado pelo shopping popular, em uma praça específica dentro do novo projeto.  

UNIÃO ENTRE

OS BOXISTAS

O advogado que representa a Associação Novo Shopping Popular, Gustavo Freire, foi um dos que fizeram o uso da palavra durante a reunião na tarde de ontem, no camelódromo. Para ele, o principal objetivo foi o de esclarecer a necessidade de uma união entre os comerciantes, para que defendam uma única proposta frente aos poderes. “Em nome da associação, reforço que a proposta é de que a reforma ocorra de forma parcial, sem a necessidade de retirada, ainda que temporária, dos comerciantes da praça. Queremos manter a atividade de todos”.

A medida é avaliada como positiva para o comerciante que está há 23 anos no local, Ataíde Baranek. Ele expõe que se sente “traído” com todo esse processo, já que os comerciantes não teriam participado de forma efetiva de toda a negociação, segundo o depoimento dele. “As opções que nos foram dadas não dão certo, pois não sobreviveríamos durante oito meses nesses locais, como o PUM [Parque de Uso Múltiplo] e o prédio do antigo Supermercado Econômico”. Ele defende que a reforma é necessária, mas expõe que a maneira com que ela está sendo elaborada põe em risco a situação financeira e o “sustento” daqueles que ali trabalham.

POSSIBILIDADE

DESCARTADA

O também advogado, mas voluntário e amigo do grupo, e que esteve presente no encontro, Jailton Santiago, durante sua fala, ressaltou que em conversa com engenheiros constatou que há a possibilidade de uma reforma parcial nos modelos sugeridos ontem, e lembrou que, inicialmente, esta era justamente a proposta da Prefeitura. A administração pública, por sua vez, confirmou que, de fato, houve tal interesse, mas salientou que a proposta foi recusada pelo MPE e pela Justiça, em razão dos riscos que os comerciantes estariam submetidos. “Portanto, trata-se de uma possibilidade praticamente descartada”.

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