72% dos professores que atuam em PP são mestres ou doutores

No entanto, uma proposta em tramitação na Câmara dos Deputados quer elevar as exigências da LDB.

PRUDENTE - Iury Greghi

Data 07/07/2013
Horário 11:45
 

A formação dos professores que atuam em faculdades e universidades de Presidente Prudente supera as exigências do Ministério da Educação. Nas quatro instituições pesquisadas pela reportagem, 72,9% dos docentes possuem mestrado ou doutorado. A satisfação pessoal e a exigência do mercado estão entre os principais fatores apontados pelos profissionais para a busca de uma pós-graduação.

Pelas regras atuais da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, Lei 9.394/1996), pelo menos um terço do corpo docente das universidades deve ter titulação acadêmica de mestrado ou doutorado. Em Prudente, trabalham 1.159 professores em cursos de graduação, dos quais, 845 são mestres ou doutores.

No entanto, uma proposta em tramitação na Câmara dos Deputados quer elevar as exigências da LDB. De acordo com o Projeto de Lei do Senador Arthur Virgílio (PSDB/AM), no mínimo um quarto dos professores de cada instituição deverá ser composto por doutores e metade deve ter pelo menos mestrado, ou seja, 75% deverão ter pós-graduação stricto sensu. O texto já foi aprovado no Senado, mas ainda aguarda encaminhamento na Coordenação de Comissões permanentes da Câmara.

 

Cenário local


Na Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), 68% do corpo docente possui titulação elevada. Segundo o Plano de Desenvolvimento Institucional da Unoeste, divulgado pela Assessoria de Imprensa, dos 676 docentes que iniciaram o atual ano letivo, 304 são mestres e 149 são doutores, percentuais próximos de 45% e 22%, respectivamente. Cinco anos atrás, menos da metade (48,5%) dos docentes tinham alguma dessas titulações. Os percentuais eram de 34,9% de mestres e 13,6% de doutores.

Nas Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo, 52,7% dos professores de graduação possuem titulação stricto sensu. São 39 mestres e sete doutores, em um universo de 88 profissionais. Nos cursos de especialização e MBA, a proporção é ainda maior: 82,4% de mestres e doutores, sendo 54 mestres e 40 doutores em um grupo de 114 professores.

Por fim, a Faculdade de Presidente Prudente (Fapepe/Uniesp) possui em seu quadro de funcionários 195 docentes. Destes, 146 são mestres ou doutores, o equivalente a 75%. Outros 13% já estão matriculados em cursos de mestrado ou doutorado.

Única instituição de ensino superior pública da cidade, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (FCT/Unesp) admite apenas docentes com elevada formação. "No Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa, é exigida a titulação mínima de Doutor", explica o supervisor da Seção Técnica de Recursos Humanos, Heraldo Sanches Zangirolami. Por conta desta exigência, atuam na universidade hoje 178 doutores e 20 mestres.

 

Perfil

Conforme a Agência Brasil, de 1996 a 2009, a formação de novos mestres cresceu 10,7% no País. Foi neste período que a professora Juliene Aglio Parrão desenvolveu e defendeu sua dissertação de mestrado. Hoje coordenadora do curso de Serviço Social da Toledo, ela está já está há três anos debruçada sobre a tese doutorado, na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. "Eu fui em busca de uma satisfação pessoal. Hoje, tenho contato direto com aqueles autores que eu estudava na época da graduação", diz.

Mesmo que a busca por um objetivo pessoal seja estimulante, a questão salarial não pode ser ignorada.  Ainda de acordo com a Agência Brasil, mestres recebem 83% a mais que professores graduados, já os doutores ganham 35% a mais que mestres.

O professor Oscar Massaru Fujita, também da Toledo, ostenta o título de doutor desde 2010 e concorda que as faculdades sabem valorizar professores titulados. "É um esforço grande, principalmente para quem tem uma profissão paralela. Mas a academia reconhece e respeita o profissional com essa titulação", comenta.

Contudo, em um ponto os dois docentes concordam: alcançar titulações cada vez mais elevadas é uma exigência do mercado, e não apenas no ramo da educação. "Se você prestar um concurso público hoje, ter uma titulação elevada conta mais do que ter experiência na área", diz Parrão. Pensando nesse cenário, Fuijta não pensa em parar no doutorado. "Meu projeto agora é o pós-doutorado na Universidade de Barcelona ", declara.
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