Ao fazer sua habitual caminhada matinal pelas ruas de seu bairro, em Prudente, o seu Pereira viu algo que despertou a atenção do nobre idoso. Ele avistou uma bengala encostada no muro de uma escola. Bengala? "Me lembrou Carlitos", diria o compositor e psiquiatra, Aldir Blanco.
Afinal, a bengala fazia parte do figurino de Carlitos, o inesquecível personagem de Charles Chaplin, um dos gênios do cinema. Além da bengala e de um paletó puído, Carlitos também usava um chapéu coco (cuidado, revisão, para não pôr chapeuzinho no segundo o), como convém a um inglês autêntico.
Seu Pereira não parou para manusear a bengala e foi em frente, que é para onde o Brasil também deveria ir. Sempre em frente. É assim que caminha a humanidade. Ou não é assim? O nosso amado velho, já 7.6, percorreu várias ruas e ruelas e, após pagar contas e fazer compras no supermercado, retomou o caminho do lar salgado lar, quer dizer, lar doce lar.
Ao caminhar pela rua onde encontrou a bengala, percebeu que o objeto - ou o acessório - já não estava mais lá. A bengala sumiu. Alguém passou a mão na bengala. Surrupiou na "mão grande". Vai ver a pessoa precisava dela para andar, o que não é o caso do seu Pereira, que anda mais do que andarilho.
Se a bengala desapareceu, apareceu uma sombrinha vermelha bem perto de onde estava a bengala. A sombrinha também estava encostada no muro da escola. Seu Pereira percebeu que a sombrinha estava aberta, quer dizer, "armada". Como não tem o hábito de se apoderar de coisas que não lhe pertencem, ou seja, não é ladrão, ele também ignorou a sombrinha, que achou bonita.
Vai ver a sombrinha é da Mary Poppins, que resolveu "dar umas bandas" pela Alta Sorocabana, sem avisar a imprensa, o rádio e a televisão. Ou seja: ela veio anônima e descartou a sombrinha aqui. Mary Poppins "driblou" todo mundo. Até O Espadachim e o Sinomar, sem contar o Richard e o Sena. A esta altura do certame alguém deve ter levado a sombrinha embora, talvez pensando em levar a vida com sombrinha e água fresca. No caso, sombrinha vermelha.
DROPS
Parece que há Leite azedo na política brasileira.
Os direitos são iguais, mas para poucos são mais iguais.
Casamento: o que Deus uniu o cartório não separe.
Era um torturador tão cruel que fazia até criado-mudo falar.
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