A escuta psicanalítica 

Muitas pessoas questionam e demonstram curiosidade sobre a psicanálise, o que é e sua forma de funcionamento. O psicanalista é graduado em Psicologia ou Medicina. Há psicólogos atuando em hospitais, penitenciárias, empresas, fóruns, escolas, consultórios, modalidades esportivas e muito mais. O psicólogo clínico, ao dirigir-se ao atendimento clínico, deve escolher o método, teoria e técnica para o atendimento dos pacientes. 
A psicanálise foi criada por Sigmund Freud e ampliada por Melanie Klein, Bion, Winnicott, Green, Rosenfeld, Ferro, etc. A psicanálise interessa-se pelo universo psíquico ou mental do sujeito, suas questões subjetivas, identitárias, sociais, psicológicas, bem como sua inserção ou forma de estar e pertencer no mundo. Para tudo isso, é necessário o autoconhecimento. 
A prevenção primária em saúde mental é fundamental. Entramos no mês de setembro e é importante permanecermos alerta o tempo todo, sobre a questão do suicídio. Ao menor sinal, é muito importante a ajuda de um profissional especializado que possa interceder imediatamente, evitando assim, o suicídio. No contexto atual, em que os conflitos gravitam em novos desdobramentos, a dor psíquica necessita ser expressa. 
O psicanalista, psicoterapeuta e psiquiatra poderão acolher e nomear os sintomas e nortear direções. O psicanalista é a bússola em direção às causas dos sintomas. O ideal é que busquem ajuda no início do mal-estar, do estranho e desconhecido que nos rodeiam, da sensação de dúvida e incerteza. O suicídio é uma realidade e há como evitá-lo. É muito importante o apoio da família. Não subestimem a dor mental, não brinquem com os transtornos apresentados, ouçam com respeito, amor e afeto as queixas de pessoas que estão com sofrimentos. 
Bullying poderá levar ao suicídio, evite. A psicanálise traz consigo a singularidade de uma escuta construída do inconsciente, o estrangeiro que habita em todos nós. É uma experiência profunda que cria perspectivas, um olhar que se amplia para muitos olhares em direção ao sofrimento, trauma e a dura realidade. Há uma urgência no indivíduo em expressar suas angústias. Há muito o que falar e não há quem possa escutar. Há muitas críticas, zero elogios. Há excessos e pouca essência. São infinitas formas de compensar a dor mental, preencher o mal-estar psíquico com fórmulas mágicas e instantâneas. 
Podemos pensar que a intolerância à frustração e a incapacidade para pensar levam à incapacidade para simbolização. As faltas devem ser significadas e submetidas à capacidade para criar. Diante de angústias, não conseguimos pensar. Somáticos, tentamos a todo o momento, preencher os vazios de forma concreta, rápida e voraz. Regredimos na tenra infância, retornando àqueles pontos de fixação, ou seja, pontos cegos, ainda por serem tocados, elaborados e ampliados por especialistas em escuta. 
Olhar é diferente de enxergar, escutar é diferente de ouvir, e assim cada especialista da área de saúde mental é de fundamental importância para o bem-estar e qualidade de vida. É preciso reconhecer que corpo e mente estão interligados. Quando a saúde mental fica precária, privada de afeto, vínculos e amor, o corpo envia muitas mensagens. É preciso enviar a correspondência para o endereço certo. Não fiquem sozinhos, busquem ajuda. Até o silêncio tem voz!
 

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