A sua empresa também pode ser um Flamengo e ser vencedora!

OPINIÃO - Fernando Batistuzo

Data 23/12/2025
Horário 05:00

Como se tornou comum dizer, o artigo de hoje, para encerrar o ano, é redigido sem nenhum “clubismo”!
Empresário, imagine a estupenda sensação de chegar ao fim de um ano em que o êxito foi total em relação às expectativas criadas no início do ano e que podiam ser concretizadas naquilo que era possível. Parece sonho, não é? Bem eu sei que parece. Mas isso se tornou absolutamente real com o Flamengo e acontece com outras organizações.
O Clube de Regatas do Flamengo não é uma empresa, não é uma SAF (Sociedade Anônima de Futebol), mas desde 2013, e principalmente nos últimos anos, a gestão é exercida como se fosse uma empresa. A entidade Flamengo, jurídica e existencialmente, não visa lucro, mas tem a cada ano que passa maior faturamento e consequentemente acaba tendo lucro, fruto do alcance do seu propósito original que é ganhar títulos e empilhar troféus.
Mas nem sempre foi assim, pelo contrário. Por muitos e muitos anos o Flamengo, como inúmeras empresas, teve um gigantesco potencial muito mal (ou quase nada) explorado, situação derivada de gestões (“gestão” aqui só no sentido figurado mesmo) amadoras que adotavam práticas cotidianas que prejudicavam demais a instituição em várias áreas, jurídica (principalmente trabalhista, tributária, cível), contábil e também reputacional, com fama de mau pagador e descumpridor de obrigações legais, o que impedia a atração de grandes e fortes parcerias comerciais que alavancassem a organização.
Tudo começou a mudar – e definitivamente mudou – em 2013, quando o que se transformou foi a “mentalidade” da instituição, por meio de uma nova diretoria que assumiu a gestão e já de início “fez o básico” que muitas empresas não fazem: passou a gastar somente o que podia em relação ao orçamento/faturamento que possuía, a pagar contas atrasadas, negociar com credores, renegociar dívidas e, principalmente, passou a cumprir obrigações legais e contratuais (“conformidade” – “compliance”). 
E aqui o caro leitor empresário de uma empresa que esteja há anos em dificuldades pode estar pensando “ah... mas minha empresa não é um clube, não se troca diretoria, sou só eu mesmo!”. Sim, entendo, mas então transforme-se. Mude sua mentalidade com relação à gestão do seu negócio e passe a exercê-la com profissionalismo.
Ao se sugerir profissionalismo não se está a afirmar que a gestão seja amadora em sentido pejorativo, mas se está a sugerir que se exerça a gestão com elementos e princípios de uma governança corporativa (sim, o “G” do ESG) como parar de terceirizar a culpa pelo insucesso da empresa), cobrar de quem tem metas/contas a entregar, acabar de vez com o autoengano dizendo a todo momento que na empresa “tudo está direitinho” (porque provavelmente não está), e tratar a todos na empresa de forma justa, sem privilégios injustificados. 
Foi justamente isso que fez o Flamengo, instituiu um sistema de governança e “compliance” que reverteu completamente o quadro, tornando-se a organização desportista mais forte das Américas e já rivaliza com europeias, muitas delas efetivas empresas, tendo se transformado no clube do Brasil com mais títulos (no geral), maior faturamento, maior lucro e mais atrativo para negócios.
A sua empresa pode não ser o Flamengo, mas assim como ele também pode “vencer, vencer, vencer”!
Ótimo final de ano a todos e obrigado pelo prestígio à coluna!

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