A urna é segura?

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 16/01/2021
Horário 04:30

A polêmica sobre a segurança e vulnerabilidade da urna eletrônica existe desde 1996, até então o que se conhecia é a demora, erros e fraudes no processo eleitoral: são urnas que chegavam com votos preenchidos, erros na contagem, roubo de cédulas em branco, entre outros. Além da exclusão de analfabetos e deficientes visuais que com a urna eletrônica foram integrados. O sistema eleitoral brasileiro é moderno e referência global em eficiência e segurança nas votações. Pensar em abandoná-las e voltar para cédulas impressas é - com certeza - um retrocesso. 
O desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Luiz Carlos de Barros Figueirêdo, em artigo publicado no Diário de Pernambuco, defende que a urna é segura, pois não estão em rede, a conexão de transmissão de votos é feita em um milésimo de segundos e numa rede privada, antes do primeiro voto é emitido um relatório conhecido como zerézima, onde é provado que não há nenhum voto computado e no final da votação é gerado um boletim de urna com todos os votos recebidos. Fiscais de todos os partidos podem participar de todo processo. 

A impressão dos votos para auditar os resultados voto a voto, se necessário, é o caminho para provar que a urna é segura!

É neste ponto entre os relatórios de zerézima e o boletim final que o presidente Bolsonoro critica o sistema. Neste mesmo sentido, o especialista Mikko Hyppönen, diretor de segurança digital F-Secure, critica esta “caixa preta“: “se você deixa isso [a contagem de votos] com um computador, não há como checar duas vezes o número encontrado como no voto em papel”. Sabe-se que determinada urna começou zerada e no fim tem a totalização de votos, mas como conferir voto a voto, se precisar?
O modelo que melhor concilia a discussão é agregar uma impressora, como acontece na máquina de cartão, para imprimir o comprovante de voto. O eleitor pega em mãos o comprovante, terá que verificar visualmente se o voto está correto e confirma na urna. Nisto o comprovante é cortado automaticamente – como em um caixa eletrônico – que cai em outra urna para ser confrontado com os boletins de fechamento. Portanto, ao que tudo indica, a impressão dos votos para auditar os resultados voto a voto, se necessário, é o caminho para provar que a urna é segura!


 

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