Alimentos ultraprocessados e sua saúde

Jair Rodrigues Garcia Júnior

Práticos e com sabor acentuado para consumo em qualquer ocasião. Alimentos como snacks, bolachas doces e salgadas, bolinhos recheados, pratos prontos congelados, embutidos em geral, bebidas açucaradas e doces repletos de gordura e açúcar, muito açúcar, são (quase) irresistíveis. Há pessoas que literalmente trocam uma uma boa refeição por um pacote de salgadinhos ou de bolacha recheada com refrigerante. Mau negócio! Todos esses alimentos e muitos outros são ultraprocessados.

CRIANÇAS

 São as mais susceptíveis à aquisição do hábito de ingerir os ultraprocessados que, em geral, têm a palatabilidade realçada pela adição de gorduras, açúcar, sal e outros componentes artificiais. São exemplos: macarrão instantâneo, salgadinhos, salsicha, linguiça, sucos adoçados etc. Infelizmente, os pais (desavisados ou informados) contribuem para estabelecer o mau hábito do consumo dos ultraprocessados, oferencendo em casa e no lanche escolar. Isso trás um prejuízo adicional, o da falta de hábito do consumo regular de legumes, verduras e frutas, que deve ser adquirido desde os primeiros anos.

SAÚDE PÚBLICA

 A American Heart Association (AHA) usa o conceito de “Saúde Cardiovascular Ideal” na avaliação nutricional aplicada na população, na qual os alimentos ultraprocessados recebem destaque negativo. No Brasil, o Ministério da Saúde publica, desde 2014, o Guia Alimentar para a População Brasileira, que também enfatiza a necessidade de diminuição do consumo dos ultraprocessados. A AHA e o Ministério da Saúde consideram os diversos estudos sobre a relação dos alimentos ultraprocessados com várias doenças crônicas, tais como obesidade, hipertensão arterial e as temidas doenças cardiovasculares, a maior causa de mortes no mundo.

AVALIANDO

Recentemente, pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP desenvolveram um índice para avaliação da qualidade da dieta, principalmente no que se refere aos benefícios para saúde cardiovascular. Consiste em 11 grupos de alimentos com efeitos benéficos (frutas, vegetais, peixes e frutos do mar, cereais integrais, leguminosas, nozes/castanhas e laticínios) e prejudiciais (carne vermelha, carne processada, bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados).

MELHORA NECESSÁRIA

O índice indica se o indivíduo ou a população estão seguindo recomendações dietéticas para prevenção de doenças crônicas. No Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) o índice foi aplicado em 14 mil brasileiros, os quais atendem, em média, apenas 38% das recomendações. As mulheres, os idosos, os fisicamente ativos e os não fumantes foram os que atingiram as maiores pontuações no índice.

APLIQUE EM CASA

Para a família, adote hábitos saudáveis, incluindo estilo de vida ativo e dieta rica em frutas, verduras, leguminosas, grãos integrais, peixes, nozes, castanhas e sementes, ao mesmo tempo, cuidando para que seja pobre em gordura saturada (animal e de palma), sódio, bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados.

Os pais contribuem para estabelecer o mau hábito do consumo dos ultraprocessados, oferencendo em casa e no lanche escolar.

 

 

 

 

 

 

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