Deputado por oito vezes, Amaral Netto foi um repórter que apresentava um programa semanal da Rede Globo que exaltava o regime militar. O tom das matérias jornalísticas era sempre ufanista, destacando a importância de grandes obras como a hidrelétrica Itaipu, a Rodovia Transamazônica, exaltando folclore e costumes regionalistas, constituindo-se no programa mais oficial da ditadura da TV Brasileira. Enquanto jornalista, seu programa estreou ainda na TV Tupi em maio de 1968, mas já no mesmo ano se transferiu para a Globo onde permaneceu até 1983. Alguns programas ficaram marcados no imaginário popular como aquele que mostrava o fenômeno da pororoca, do encontro da água do mar com o Rio Iriri no Pará, mas também reportagens internacionais como a de Che Guevara com a guerrilha boliviana e do enterro do senador norte americano Robert Kennedy. Faleceu em 1995.
“Meus filhos não me deixam mais morar sozinho”
Aconteceu na última semana no Hospital Regional de Presidente Prudente, o X Simpósio Intersetorial do Envelhecimento – O Cuidado Centrado no Idoso e a Rede de Atenção à Saúde. No evento, tive oportunidade de discorrer sobre o tema “Meus filhos não me deixam mais morar sozinho... Até onde vai a autonomia do idoso”, um assunto importante e sujeito a múltiplas influências. Todos nós gostaríamos de nos manter funcionais, independentes, donos das próprias decisões, sem precisar do auxílio de familiares, amigos ou cuidadores, exercendo o comando e a realização das atividades da vida até o fim dos nossos dias. No entanto, os fenômenos degenerativos da velhice, o aparecimento de doenças crônicas que surgem com a idade e as intercorrências que o viver nos impõe podem nos fazer recalcular essa rota. Obviamente o ideal seria que o idoso permanecesse na própria casa, no entanto, um conjunto de motivos sociais, econômicos e de saúde impõe um repensar sobre tal possibilidade. É hora de muito diálogo para um patamar de equilíbrio entre o desejo do idoso e a necessidade de vigilância e supervisão de seus familiares e responsáveis. Dentre os principais fatores a serem levados em conta se destacam: a presença de doenças cognitivas como as demências (particularmente a doença de Alzheimer), o número de doenças e medicamentos a serem utilizados pelo idoso exigindo rigorosa supervisão, o histórico de desequilíbrios, instabilidade postural e quedas, a capacidade do idoso em fazer suas atividades básicas da vida diária (banhar-se, vestir-se, locomover-se, ter continência dos esfíncteres, alimentar-se por conta própria, conseguir utilizar os dispositivos sanitários), bem como sua habilidade para outras atividades instrumentais da vida como comunicar-se via telefônica, capacidade de sair de casa, utilizar os meios de transporte, lavagem e cuidado da própria roupa, gerenciamento de finanças e contas, realização de compras e de simples atividades domésticas. Tudo isto deve ser colocado na balança para esta decisão conjunta, e o destino a ser escolhido depende muito da dinâmica familiar e das condições dos vínculos afetivos e das finanças de cada família (morar na própria casa com cuidadores ou com revezamento de filhos; morar com uma pessoa específica, geralmente um filho mais disponível; revezar-se entre os membros da família ou ir para uma instituição de longa permanência). Cada um destes destinos pode influir decisivamente nos caminhos e condições que a vida do idoso terá a seguir.
Dica da Semana
Novelas – Televisão
“A Vida de Jó”:
A Rede Record vem exibindo desde agosto, a minissérie bíblica “A Vida de Jó”, escrita por Cristiane Cardoso e Aline Munhoz sobre a história do homem (Guilherme Berenger) que, em meio a provações devastadoras, persiste com uma fé inabalável, mesmo quando perde tudo o que tem. No elenco, nomes maduros e experientes como Floriano Peixoto (Satanás), Leonardo Franco (Deus), Giuseppe Oristâneo (Jacó), Fábio Villa Verde (Levi) e Emílio Orciollo Netto (Issacar).