Amigos da Unesp lamentam partida do professor Amilton Amorim

Docente da área da Engenharia Cartográfica faleceu na segunda-feira, aos 55 anos, vítima da Covid-19, deixando legado no ramo acadêmico

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 11/02/2021
Horário 15:57
Foto: Cedida
Departamento de Cartografia diz que Amilton era um empreendedor dentro da esfera pública
Departamento de Cartografia diz que Amilton era um empreendedor dentro da esfera pública

Faleceu na segunda-feira, aos 55 anos, o professor da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), de Presidente Prudente, Amilton Amorim, vítima da Covid-19. Seu corpo foi sepultado no mesmo dia, às 16h45, no Cemitério Municipal São João Batista.

O Departamento de Cartografia da universidade lembra que, em 1984, quando Amilton começou o curso de Engenharia Cartográfica, vários dos seus amigos do departamento eram alunos ou docentes. "Ele ficou muito próximo de todas as turmas, com seu jeito de menino, comunicativo e sempre amante do futebol", relembra.

Em 1988, ocorreu a defesa de TG (trabalho de graduação) do grupo dele, que foi aprovado. A partir daí, ele trilhou sua caminhada profissional fora de Presidente Prudente, atuando como engenheiro cartógrafo autônomo, mas também em prefeituras e empresas da área, sempre retomando o contato com membros do Departamento de Cartografia.

Foi contratado neste mesmo departamento para uma vaga da área de desenho, ministrando com maestria disciplinas dessa área. Aos poucos, foi enveredando para a área de Cadastro, sua verdadeira paixão dentro da Engenharia Cartográfica.

Paixão essa que o acompanhou durante toda sua vida. Fez mestrado e doutorado, sempre pensando na sua formação, mas também em como ajudar a formar mais e mais alunos na Cartografia e até mesmo na Matemática, onde também ministrou aulas.

"Trata-se de um profissional de alto reconhecimento na sua área de atuação. Publicou artigos, capítulos de livros e um livro sobre Cadastro e Gestão Territorial, esse último pela Editora Unesp, que se tem tornado de extrema valia para os alunos", relata o departamento. "Sempre teve muita cordialidade com os alunos e formou uma legião de amigos neste segmento", completa.

Aos poucos, iniciou suas atividades no programa de pós-graduação em Ciências Cartográficas da universidade e, rapidamente, "conquistou seus orientandos e dividiu com eles sua experiência e senso de justiça".

O departamento reforça não ser exagero comentar o seu interesse pelo esporte, em especial o futebol e sua paixão pelo Palmeiras. Nunca viu seu time ser campeão mundial, mas era entusiasta e acreditava que um dia veria. "De onde ele estiver, torcemos para que veja isso acontecer, pois as conversas sobre futebol eram sempre acaloradas e muito gostosas", rememora.

Amor pelo ofício

Na vida profissional na FCT, trouxe a bagagem que conquistou nas empresas e fez dela um diferencial na formação dos alunos de forma geral. Trabalhou incansavelmente pelo curso, contribuindo nas posições administrativas do departamento e dos cursos de graduação e de pós-graduação.

Na graduação da Engenharia, sempre contribuiu com as orientações dos TGs e TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso), emprestando aos alunos o seu conhecimento, suas ideias e seu bom humor de sempre.

Foi como presidente da Fundacte (Fundação de Ciência, Tecnologia e Ensino) que Amilton construiu os prédios que abrigam o Santander e o café, como também três auditórios. "Havia uma livraria e uma atmosfera muito agradável ao redor daquela área. Esse era o espírito do Amilton, um empreendedor dentro da esfera pública. Ele sacrificou parte de sua vida acadêmica e pessoal por este projeto coletivo, do qual até hoje usufruímos", expõe.

O departamento pontua que será difícil conviver com sua partida precoce. "Mas devemos continuar e sempre vamos lembrar do legado deixado por ele, mesmo todos nós considerando que ele partiu muito jovem e tinha muito a contribuir. O Departamento de Cartografia e o nosso grupo de WhatsApp não serão os mesmos depois da sua partida e do retorno dessa pandemia. Perdemos nosso 'moleque brincalhão', que trazia alegria e descontração frente às pressões do cotidiano", declara.

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