Amigos e familiares de Lua Barbosa fazem vigília no julgamento de PM acusado de matar atriz

Grupo se reuniu em frente ao Fórum de Prudente na manhã desta quarta para reivindicar Justiça para caso que ceifou vida da produtora cultural na manhã de 27 de junho de 2014

PRUDENTE - CAIO GERVAZONI

Data 19/10/2022
Horário 19:39
Foto: Caio Gervazoni
Amigos e familiares de Lua Barbosa, em vigília em frente ao Fórum de Prudente
Amigos e familiares de Lua Barbosa, em vigília em frente ao Fórum de Prudente

Amigos e familiares da atriz e produtora cultural Luana Barbosa, morta por um tiro disparado por um policial militar na manhã do dia 27 de junho de 2014, reuniram-se, nesta quarta-feira, em vigília em homenagem à memória de Lua, em frente ao Fórum de Presidente Prudente, no julgamento a júri popular de Marcelo Aparecido Domingos Coelho, que atirou contra a produtora cultural em uma blitz de trânsito na Avenida Joaquim Constantino, na Vila Formosa, em Presidente Prudente.
Vestida com uma camiseta branca com os dizeres “Verdade e Justiça, Lua Barbosa presente” estampados entre a figura da filha, a professora aposentada e mãe da produtora cultural assassinada, Clarissa Carlana da Silva Barbosa, relatou à reportagem de O Imparcial que os mais de oitos anos desde a morte da atriz têm sido árduos para a família, principalmente, para a irmã de Lua, Nara Carlana de Almeida Barbosa. “Foram anos difíceis. Nós temos uma filha com síndrome de Down de 29 anos. Ela era muito ligada à irmã. Na época [do assassinato], ela quase não aguentou. Ficou muito doente e magra. Por um momento, eu achei que eu iria perder a Nara. Ela melhorou um pouco e começou a fazer tratamento para depressão, mas foi muito difícil. Ela sofre até hoje. Ela chorou muito quando soube que iria ter a vigília. Essa perda nos desestruturou, também estamos passando pelo luto e isso é muito doloroso”, revela.
Para Clarissa, que sofreu três paralisias faciais desde a morte da filha, o julgamento do PM Marcelo Aparecido Domingos Coelho traz uma sensação breve de conforto. “Ele foi muito imprudente, irresponsável e o que ele fez foi um absurdo”, lamenta a professora aposentada, mãe de Lua Barbosa. 

“Que a Justiça seja feita"

A agente cultural Mari Palhares, do Galpão da Lua, espera que, após oito anos, a justiça seja feita com o julgamento a júri popular de Marcelo Aparecido Domingos Coelho, acusado de ser o responsável pelo disparo que matou Lua Barbosa. “Seja feita como? Que seja um julgamento sério, honesto, que sejam ouvidas todas as partes e que a gente tenha uma resolução para, de fato, terminar o enterro da Lua e este luto”, expõe Mari Palhares. “Que a partir de agora, a gente possa lembrar dela com uma lembrança de saudade, de uma pessoa feliz e linda que ela era e não essa angústia de não ter uma resposta sobre o que aconteceu naquela sexta-feira, às 8h30”, ressalta. 

Foto: Caio Gervazoni

“Que seja um julgamento sério, honesto, que sejam ouvidas todas as partes e que a gente tenha uma resolução”, expõe a agente cultural Mari Palhares

“Anos de angústia, incertezas e luta"

Jornalista aposentado e pai de Lua Barbosa, Marcos de Almeida Barbosa pontua que os oito anos desde o assassinato da filha foram de angústia, incertezas e luta para que o caso tenha uma resolução. “Foi um crime desnecessário cometido a luz do dia, sem que houvesse qualquer risco à integridade dos policiais que estavam na blitz. Durante todos estes anos, foram anos de indefinição, de angústia, de incerteza, mas também foram anos de luta que a gente reivindicou para que o caso fosse levado a júri popular e para que a verdade prevalecesse”, pontua Marcos. 

Sem resposta

A reportagem tentou entrar em contato por telefone e e-mail com a defesa do PM Marcelo Aparecido Domingos Coelho, mas até fechamento desta edição, não obteve resposta. 

Fotos: Caio Gervazoni

Clarissa e Marcos, pais de Lua Barbosa, durante início da vigília em homenagem à memória da filha

Amigos e familiares da atriz e produtora cultural Lua Barbosa reuniram-se, nesta quarta-feira, em vigília em homenagem à memória dela

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