O radialista Antonio Carlos Matos, 61, conhecido como Toninho Boca Preta, faleceu ontem. O corpo está sendo velado no Velório Athia e será sepultado, hoje, às 10h45, no Cemitério São João Batista. Ele deixa a esposa, três filhos, cinco netos e muitos amigos.
De acordo com sua nora, Elisangela Aparecida de Oliveira, Toninho morreu por problemas de coração, que já tinha há algum tempo. "Ele estava internado há um mês e, infelizmente, teve complicações nos deixando hoje pela manhã. Sentiremos muito a sua falta. É como eu sempre digo, ele era meu pai ‘emprestado’", ressalta.
Toninho foi sucesso com "Na Boca da Noite", transmitido na extinta Rádio Diário AM
Amigo do radialista desde a década de 1980, José Fábio Sousa Nougueira, secretário municipal de Cultura, manifestou sua tristeza à reportagem, assim como fez num site de relacionamento pessoal. Segundo ele, os dois se conheceram quando Boca era um grande líder comunitário na Vila Iti, onde realizaram várias atividades em conjunto naquele bairro. Depois, essa amizade tomou forma mais concreta, na primeira campanha à candidatura do atual prefeito, Milton Carlos de Mello, Tupã (PTB).
O secretário disse que ontem acordou com algo estranho no peito, uma certa tristeza, sem motivo aparente. Até chegar na secretaria e receber a lamentável notícia do seu falecimento, quando então compreendeu o que estava sentindo. "O Boca ‘é’ um cara fantástico, recentemente, conversando sobre ‘saúde’, eu disse para ele: ‘Boca, nascemos pelados, sem cabelo, sem dentes... o que tivermos hoje estamos no lucro. Ele riu bastante, e ficou falando isso para várias pessoas. É isso!", lamenta o secretário.
Reconhecimento
José Ricardo Trugilo, apresentador e comentarista do Manancial Esporte Clube, programa esportivo da Manancial FM (104,9 MHz) de Presidente Prudente, fala de Toninho com muito carinho e respeito tanto como pessoa, quanto profissional.
Segundo ele, quando era gerente da extinta Rádio Diário AM, a equipe vinha trabalhando uma ideia de fazer um programa voltado à comunidade e que fosse transmitido à noite, pois a não ser quando tinha futebol, não existia nenhuma programação noturna.
Trugilo conta que na época Ed Thomas comandava o "Sabadão da Alegria", programa que a cada sábado era transmitido de um bairro da cidade, onde num caminhão eram promovidas várias atrações, brincadeiras, etc. E era o Toninho que fazia a prévia divulgação, durante o dia ele gravava a chamada na rádio e saía no bairro e nos adjacentes anunciando em uma perua Kombi, a programação.
Como Toninho sempre estava ali, imediatamente pensaram nele para ser o apresentador do programa. Mesmo ele não tendo nenhuma experiência com o microfone no rádio.
"Nós que já tínhamos certo tempo de profissão, estávamos ali para norteá-lo, mas não para pautá-lo, pois isso não existia com ele. Foram seis anos de sucesso com ‘Na Boca da Noite’, na grade! Ele tinha um jeito irreverente, não mandava recado, e o que era para criticar ou enaltecer ele fazia. Se entregava e estava sempre à disposição. A palavra ‘não’ era inexistente em seu vocabulário. Fará muita falta para a comunicação radiofônica", salienta Trugilo.
Cláudio Moreno, da Rádio Comercial AM, é outro amigo de profissão que recorda de Toninho com respeito. "Uma coisa que eu achava muito legal é que no programa dele, colocava colegas de profissão de outras rádios, ao vivo, no ar. Fui um desses privilegiados", destaca o também radialista.
