Basta falar em Olimpíadas do Rio de Janeiro para ver o brilho no olhar de dois atletas angolanos que treinam em Presidente Prudente. Felismina Cavela e Fernando Frangueira deixaram para trás a terra natal e viajaram mais de 7,5 mil km (quilômetros) com o objetivo de se preparar para atingir o índice para o principal evento esportivo do mundo, que ambos classificam como "um sonho".
Desde maio na capital do oeste paulista, eles comemoram a oportunidade de estar no Brasil. "Na Angola é tudo muito precário. Não tem pista, não tem material, temos uma dificuldade imensa para treinamentos, porém, aqui a gente tem tudo", fala Fernando. Com 19 anos, o jovem tem uma derrota, mas longe das raias do atletismo. "Ele perdeu toda a família na guerra e a FAA liberou para que ele viesse para o Brasil comigo", afirma o seu treinador, Márcio Silva, 36 anos.
Fernando e Felismina se preparam para conquistar o índice para as Olimpíadas no Rio
De São João da Ponte (MG), Márcio chegou em Prudente há 15 anos, através do técnico Jayme Netto, para representar a extinta equipe de maratonas Funilense e, desde então, é "cidadão prudentino". "As vezes fico uns seis meses fora, mas residência é aqui", fala.
E nestes períodos longe, dessa vez trabalhando no Quênia, conheceu a esposa, Felismina, 23 anos. "Eu nunca imaginava que conheceria e me casaria com o treinador, mas ele é bem exigente", brinca a atleta.
Sonho
Fernando atua nos 800 metros e busca representar o seu país pela primeira vez. Segundo o treinador, ele tem "grandes chances". Já Felismina, que participa dos 800 e 1,5 mil m, sabe o gostinho de entrar nas pistas olímpicas. Em 2012 ela esteve em Londres, na Inglaterra. "É uma sensação maravilhosa. É muita emoção, não dá para descrever, e se conseguir aqui no Brasil será sensacional", pontua. Márcio explica que o índice será divulgado pela federação em meados de maio.
