Antonio, 75, e Bruno Fagundes, 25, pai e filho contracenando juntos em um mesmo palco mostrando que talento pode vir de berço, mas a união e parceria é o que fortalece e merece destaque durante toda a vida! "Tribos" é o segundo espetáculo em que os dois trabalham juntos e Presidente Prudente poderá conferir o porque da consagração de ambos na arte. A peça será apresentada no Teatro Paulo Roberto Lisboa, no Centro Cultural Matarazzo, em quatro apresentações sendo duas nos dias 6 e 7 de fevereiro, às 20h e 22h. Os convites devem estar à venda a partir da próxima semana no valor de R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia-entrada). O evento tem apoio cultural de
O Imparcial.
Espetáculo será em quatro sessões, divididas entre os dias 6 e 7 de fevereiro, às 20h e 22h no Teatro Paulo Roberto Lisboa
Por telefone, com extrema simpatia, Bruno Fagundes diz que estão ansiosos com a vinda à cidade, visto a repercussão do Fentepp (Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente), bem como da estrutura do Teatro Paulo Roberto Lisboa no meio.
"Estamos, sinceramente, aguardando ver o teatro cheio, em sua capacidade total de lotação, pois senão será uma frustração para nós . Esperamos ser recebidos pelo mesmo público que votou para que o festival conquistasse a colocação em que está. É um espetáculo, apesar de ter conteúdo real, abordado de forma bem divertida", ressalta Bruno.
Ele expõe que é uma grande dificuldade levar o espetáculo para tão longe, pois o gasto é grande, com equipe de 14 integrantes, estrutura, cenário, entre outros. Além de não contarem com nenhum tipo de contribuição financeira, a não ser com a arrecadação dos convites. E às vezes, as pessoas acabam reclamando dos preços.
Além de Bruno que faz Billy, o elenco é composto por Antonio Fagundes (Christopher); Eliete Cigarini (Beth); Guilherme Magon (Daniel); Maíra Dvorek (Ruth) e Arieta Corrêa (Sílvia).
Desenrolar da história
No palco, Bruno conta que dá vida a Billy, um dos filhos de uma família pouco convencional em que todos podem ouvir, menos ele, pois nascera surdo. Mas fora oralizado pela família. De acordo com ele, seus pais politicamente "incorretos" (vividos por Antonio Fagundes e Eliete Cigaarini) o criaram em um casulo, e não se conformam com a dependência dos outros dois filhos (interpretados por Guilherme Magon e Maíra Dvorek).
Depois de 20 e poucos anos Billy conhece uma garota, Silvia (a atriz Arieta Corrêa), e ai a situação se desestabiliza de vez, pois ele se apaixona por ela, que começa a ensurdecer depois de adulta.
Conforme Bruno, a peça é dotada de diálogos afiados e repletos de acidez, onde metaforicamente, o texto aborda, em nove cenas, como tema a surdez nas relações pessoais em duas etapas: dos surdos que são fisicamente incapazes de receber estímulos sonoros, e daqueles que não conseguem ‘calar-se’ por tempo suficiente para entender uma realidade diferente da sua.
"É como o Billy fala em cena: ‘Somos só mais um na multidão’; ‘O mundo é surdo’. De maneira divertida os personagens trazem o público à reflexão sobre: ‘Existe surdez maior que o preconceito, o orgulho, a ignorância, o egoísmo, a falta de amor? Estamos percebendo o quanto estamos cada vez mais distantes uns dos outros?", frisa.
O espetáculo
"Tribos", escrita pela inglesa Nina Raine e dirigida por Ulysses Cruz, deixa claro que a energia juvenil de Bruno contaminou o pai a ponto de fazê-lo apostar em uma encenação moderna, com um elenco numeroso e sem protagonismos, capaz de dialogar com diferentes gerações.
Desde a estreia em 14 de setembro de 2013 em São Paulo onde ficou por um ano no Tuca - Teatro da PUC (Pontifícia Universidade Católica) - tendo conquistado neste tempo mais de 150 mil espectadores em 130 apresentações.
Exatamente no aniversário de um ano de estreia, começou a "Tribos Tour", em Portugal. "Foram 45 dias de turnê internacional, onde passamos por nove cidades, 30 apresentações e conquistamos o grande público português. Agora estamos com a turnê pelo Brasil. Começamos por Jacareí, Caraguatatuba, Araçatuba e logo estaremos ai com vocês em Prudente", destaca.
Uma coisa que Bruno diz ser um diferencial desse projeto é que geralmente, aos sábados pensando num público que tenha deficiência, uma sessão com intérprete de libras e legenda.
De filho pra pai
Com admiração Bruno exalta o pai e fala do quanto é bom poder contracenar com ele, que é um dos maiores atores do país.
"Meu pai é maravilhoso! Simplesmente incrível. E o mais legal e que pouca gente sabe é que ele é um amigo, companheiro, um parceiro. Mesmo que eu não fosse um ator, admiraria da mesma forma o meu Fagundes . Por acaso, sou apaixonado pelo meu trabalho...meu pai é fantástico... muito bom dividir, aprender com ele todo o tempo e em tudo", exalta.
Bruno comenta que a primeira peça com o pai foi há dois anos: "Vermelho". Sucesso também e que está nos planos de retomarem as apresentações neste ano.
Depois veio mais uma parceria onde Bruno fez sua primeira novela "Meu Pedacinho de Chão" interpretando o Dr. Renato, e já não bastasse a felicidade que estava por sua escalação, seu pai também integrou o elenco como o italiano Giácomo.
Em uma entrevista na época, o pai foi quem rasgou elogios para o filho ao dizer que era ele que estava trabalhando com o filho e não o contrário como estavam colocando. Antonio Fagundes disse que apesar de Bruno ter apenas 25 anos sua experiência era muito rica, pois fez muito teatro. Sem delongas o pai disse que babava sim, mas que não interfiria na carreira de Bruno.
