Apoio familiar é fundamental para superar reprovação escolar

“A escola não é capaz de propiciar resultados se os pais não participarem ativamente da vida das crianças”, diz psicóloga

PRUDENTE - PÂMELA BUGATTI

Data 22/01/2019
Horário 09:43
Marcio Oliveira - Eliete lamenta a reprovação do filho, mas concorda com o sistema
Marcio Oliveira - Eliete lamenta a reprovação do filho, mas concorda com o sistema

Apesar de fazer parte da trajetória escolar, reprovar de ano é algo complicado de lidar tanto para os alunos quanto para seus pais. A psicóloga escolar, Regina Ito, explica que superar a reprovação, por meio do apoio da família, é fundamental para vencer o momento. “Embora decepcione, a situação também é um aprendizado”, observa. Nesta hora, ela não indica castigo. É preciso que o estudante entenda o que o levou ao resultado. “É muito importante que os pais digam aos filhos que a ‘reprova’ é um aprendizado. É preciso conversar e esclarecer que existe a chance de começar novamente e de aprender com as dificuldades enfrentadas”, orienta.

Os problemas emocionais também são de responsabilidade da família, incluindo a baixa autoestima. Comparações com colegas de classe podem gerar conflitos internos, assim como punições e palavras que expressam a sensação de fracasso, vergonha e decepção. “Os pais não devem associar a reprovação ao fracasso e sim ao sucesso no aprendizado”, explica Regina.

A psicóloga Renata de Luca, por sua vez, pontua que o acontecimento merece reflexão tanto da família quanto da criança. Para ela, a mudança de atitude é fundamental. “Os pais devem saber que eles estão formando um adulto e, por isso, é melhor enfrentar uma reprovação ou um tropeço, do que formar um adulto que vai passando pela vida sem dar conta das consequências de seus atos”, pontua.

Primeiramente, conforme a especialista, é necessário compreender o que levou o aluno a reprovar de ano, já que podem ser muitos os motivos. “Talvez seja uma forma de o estudante chamar a atenção, pois ele pode estar com dificuldades em lidar com alguma situação que está passando, o que pode sobrecarregar suas emoções, gerando medo e insegurança, o que reflete na dificuldade de aprendizado e concentração”, afirma.

Logo após identificar o motivo, fica mais fácil solucionar a raiz do problema e colocar o aluno “de volta aos trilhos”, evitando futuras reprovações. A psicóloga deixa claro que após todos esses processos a família deve se preparar para novas mudanças, a fim de produzir bons resultados. “Fazer diferente exige uma mudança de rotina, apoio, dedicação e comprometimento”, elenca.

Opinião

A doméstica Eliete Rodrigues de Oliveira, 43 anos, mãe de cinco filhos, conta que um deles passou por duas reprovas no sexto ano, mas ela não conseguiu identificar a dificuldade do filho. “Ele sempre apresentou dificuldade na escola, em reuniões com os professores e diretores eles relatam que meu filho não tem foco e não presta muita atenção na aula”. Questionada sobre a preocupação com os estudos do garoto, Eliete fala que concorda com o método de reprovar. “Se meu filho não está acompanhando o andamento do ensino, prefiro que ele fique e aprenda”, completa Eliete.

Ambiente escolar

Ao longo do ano, o ideal é que a escola sinalize que a criança está apresentando dificuldades e baixo rendimento. A ambiente escolar apropriado é aquele em que a criança ou adolescente aprende e se sente sempre motivado. Regina explica que em alguns casos a reprovação está atrelada com a inadequação da proposta escolar. “Se a criança não está se adequando, mudar de escola pode ser uma opção, mas antes de pensar nisso, os pais devem encontrar o problema”, reforça.

De acordo com a psicóloga, os pais não se encaixam somente como protagonistas no processo de ensino e aprendizagem. “A escola não é capaz de dar resultados se os pais não participarem ativamente da vida das crianças”, alerta.

COMO EVITAR A REPROVAÇÃO

* Avaliar o projeto pedagógico da escola;

* Considerar benefícios sociais para as crianças;

* Apoio contínuo de atividades em casa;

* Responsabilidade compartilhada entre a escola e pais.

Fonte: Psicóloga Renata de Luca

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