Após 50 casos, surto de raiva é controlado em Narandiba e Taciba

REGIÃO - Estevão Salomão

Data 07/04/2016
Horário 09:57
O surto de raiva em herbívoros, ocasionado pelo morcego hematófago Desmodus rotundus, registrado no início de fevereiro em Taciba, e no Reassentamento Laranjeiras, em Narandiba, está "totalmente" controlado. De acordo com o EDA (Escritório de Defesa Agropecuária) de Pirapozinho – responsável pela gerência local -, a ocorrência, que resultou na morte de 50 animais, distribuídos entre bovinos, equinos e suínos, e que, inclusive, foi considerado o primeiro surto dos últimos 10 anos, já "não oferece riscos para a região", uma vez que nenhum caso foi detectado no último mês. Os trabalhos de prevenção estão sendo realizados periodicamente.

Jornal O Imparcial Orientação é para não tocar no ferimento dos animais

Ao todo, 25 propriedades em Narandiba, com maior predominância, e em Taciba, apresentaram vestígios do morcego, que é natural de reservas ambientais. Apesar da possibilidade de novos surtos, visto que esta é uma "doença silenciosa", que se desenvolve por meio da resistência de seu transmissor, o contágio do ser humano é descartado pelo médico veterinário do EDA, Roque Lamers.

Segundo Roque, nos casos passados, as evidências de ataques ocorreram em pastos e ambientes adjacentes ao Rio Paranapanema, local em que se formam os refúgios, como furnas e fendas nas rochas, e que servem como criadouros de bois, vacas, porcos e cavalos, por produtores rurais. "Mesmo não oferecendo riscos em escala para humanos, orientamos o não contato com as feridas do animal atacado", diz. Mesmo sem registros, se isso ocorrer, aqueles que tocarem nos ferimentos deverão tomar a vacina contra a raiva, disponível nos postos de saúde dos municípios.

Desta maneira, com o objetivo de conter definitivamente as ocorrências, os agentes do EDA seguem com trabalhos constantes de força-tarefa em toda extensão do perifoco, que compreende toda região delimitada em um raio de 10 a 12 quilômetros da cada ocorrência.

Conforme Roque, a ação constitui na captura dos morcegos em redes, bem como a aplicação de base vampiricida – um produto que elimina a contaminação – em cada um dos apanhados, além do reforço nas vacinas, que, custeadas pelo próprio pecuarista, custam em média R$ 1,60, e devem ser aplicadas em uma série de três doses, intercaladas em um período de 20 a 30 dias. "O incentivo ocorre por meio do diálogo com os produtores", explica.

 

Consequências


Como ocorreu com os 50 mamíferos infectados, após a contaminação, o animal pode levar até três meses para apresentar os sintomas e falecer, uma vez que nenhum remédio é capaz de reverter o caso. "Por isso a importância da vacina", lembra Roque. Porém, caso ocorra o consumo da carne durante este período, "nenhum prejuízo ocorrerá à saúde de quem a consumiu".

 

Morcego

Para reconhecer o morcego hematófago, e o diferenciar dos demais, quando possível, basta observar as fezes deste mamífero. Sua principal característica é o aspecto de sangue e cheiro forte.

 

SAIBA MAIS


CONTROLE POPULACIONAL

Como informado pelo EDA, o controle populacional do Desmodus rotundus, realizado pelo Serviço Oficial de Defesa, é um método que dever ser utilizado apenas por pessoal habilitado e imunizado, devido à necessidade de conhecimento para a identificação dos morcegos capturados e o alto risco de se contrair a doença.
Publicidade

Veja também