A ASP (Aeroportos Paulistas), concessionária que assumiu a gestão do Aeroporto Estadual Adhemar de Barros, em Presidente Prudente, previa apresentar ao governo estadual neste mês de outubro o programa de obras para os próximos cinco anos. No entanto, a empresa informou a O Imparcial nesta semana que, de comum acordo com a agência reguladora, está redefinindo a data de entrega do documento. Ressaltou, contudo, que os compromissos de investimento no local permanecem os mesmos.
A postergação da apresentação do programa de gestão de infraestrutura divide as opiniões de duas entidades que pleiteiam investimentos no aeroporto local. O presidente da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região), José Maurício Leme Junior, aponta que “a concessionária está dentro do cronograma pré-estabelecido e comprometida com os investimentos propostos na assinatura do contrato”.
O vice-presidente da Abav-SP/Aviesp (Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo), Marcos Lucas, por sua vez, vê com preocupação a demora no início dos investimentos, considerando que, segundo ele, o processo de concessão terminou no ano passado e a vencedora do certame já tinha conhecimento das necessidades do local, portanto, já podia estar trabalhando em cima delas.
Marcos aponta que o aeroporto prudentino está com “muitos problemas estruturais e de comunicação”, situações que não podem ocorrer, uma vez que revelam o cenário de abandono em que o local se encontra. Ele menciona que, para a operação em Prudente, a Latam teve que dividir espaço com as empresas aéreas que já atendiam no município. “As companhias foram obrigadas a fazer uma espécie de coworking no atendimento, pois nem estrutura básica mínima está sendo disponibilizada”, lamenta.
Para Marcos, isso faz com que a cidade perca oportunidades e tempo e corra o risco de ver ir embora aquilo que já tem. “Prudente é uma das poucas cidades brasileiras que têm três grandes companhias aéreas voando hoje – Latam, Azul e Gol. É um patrimônio que não pode ser perdido!”, defende.
Em agosto deste ano, o diretor-executivo da ASP, Dario Rais Lopes, se reuniu com entidades locais em Prudente para apresentar um anteprojeto sucinto de como a concessionária pretende iniciar a concessão do aeroporto local. Na ocasião, ele informou que a empresa previa apresentar até outubro um programa de obras para os próximos cinco anos – prazo este que agora será redefinido.
Entre os investimentos, a concessionária propõe aumento do saguão de embarque de 217,85 metros quadrados para 530 m²; fila de check-in de 41,85 m² para 150 m²; número de balcões de oito para 10 unidades; conjunto pórtico e raio-x de 10 m² para 15 m²; da fila de espera de vistoria de 6,53 m² para 30 m²; sala de embarque de 133,60 m² para 525 m²; restituição de bagagens de 82 m² para 230 m²; e saguão de desembarque, de 107,32 m² para 280 m²; totalizando o espaço operacional de 599,15 m² para 1.760 m².
A ASP, composta pela Socicam e pela Dix Empreendimentos, venceu o certame com ágio de 11,14% sobre a outorga mínima, com a oferta de R$ 7,6 milhões pela concessão do Bloco Noroeste, o qual inclui os aeroportos da região de Presidente Prudente.
Os investimentos totais previstos por meio do contrato de concessão são de R$ 68,1 milhões, distribuídos entre os aeródromos de Prudente (R$ 56,5 milhões), Dracena (R$ 7,2 milhões) e Presidente Epitácio (R$ 4,4 milhões).
O Bloco Noroeste, que será administrado pela ASP, inclui também os aeroportos comerciais de São José do Rio Preto, Araçatuba e Barretos, bem como dos aeródromos de Assis, Votuporanga, Penápolis, Tupã e Andradina.
A nova concessionária assume a prestação dos serviços públicos de exploração, manutenção e ampliação da infraestrutura aeroportuária estadual, que era de responsabilidade do Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), órgão ligado à Secretaria de Logística e Transportes.