Aristides é exemplo de superação após sobreviver de um acidente férreo

Após ser atropelado por um vagão, em uma noite do ano de 1962, o jovem enfrentou a realidade da deficiência física

VARIEDADES - ESTEVÃO SALOMÃO

Data 14/02/2018
Horário 10:53
Estevão Salomão, Com uma rotina totalmente independente, "galego" trabalha com consertos de bicicletas, em geral
Estevão Salomão, Com uma rotina totalmente independente, "galego" trabalha com consertos de bicicletas, em geral

Aos 18 anos de idade, o jovem Aristides Clabono, morador de Álvares Machado, foi o protagonista de uma história de sobrevivência e, consequentemente, superação. A noite de 1962 já passava das 23h quando aquelas doses de cachaça já o dominavam. Dormindo sobre o trilho férreo, defronte a sua antiga residência, nem o soar desenfreado daquele trem, de dois vagões, foi suficiente para acordá-lo. “Quando me dei conta, já estava sendo socorrido”, recorda-se.

Após mais de 30 dias sob os cuidados médicos, Aristides, pôde, enfim, voltar à sua casa, palco da fatalidade que o deixara com a perna direita amputada. “Além de diversas fraturas na cabeça, pés e mãos”, acrescenta.

A memória ofuscada pelo tempo, não deixou apagar as lembranças daquelas décadas que, segundo Aristedes, mais conhecido como “galego”, foram “divisoras de água para sua vida”.

Lutando contra todas as dificuldades da época: “trabalho, namorada, autoestima, esporte, etc”, galego reencontrou na bebida a porta de saída para todos seus problemas. “Durante os seguintes 20 anos continuei bebendo, com ainda mais intensidade”, menciona.

 

“Quando me dei conta já estava sendo socorrido”

Aristides Clabono

 

Prestes há completar 40 anos, galego decidira interromper a atitude que quase levara sua vida; largou o vício do álcool. “De lá para cá, nunca mais coloquei uma gota de álcool na boca”, orgulha-se.

Atualmente, com 73 anos e aposentado, galego dedica-se ao conserto de bicicletas em geral. Longe do vício, leva uma vida totalmente independente. Dirige seu veículo e pilota sua moto, rotineiramente. “Realizo, sozinho, todas as atividades do dia-dia”, diz.

Morador num domicílio praticamente ao lado de seu antigo, galego diz que não se arrepende do passado e dos acontecimentos que se sucederam. Ao olhar para a antiga estação ferroviária, com um olhar nem distante nem focado, galego relata que “após o acidente e de todas as dificuldades enfrentadas, a vida tornou-se simples, clara e essencial”.

Publicidade

Veja também