Artistas com Síndrome de Down expõem telas em PP

Projeto “Cor 100% Inclusão", realiza exposição com 27 telas pintadas por alunos com a síndrome; visitação é gratuita

VARIEDADES - Estevão Salomão

Data 22/03/2016
Horário 10:59
 

Em comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado ontem em todo mundo, o projeto "Cor 100% Inclusão", de Presidente Prudente, realiza uma exposição artística na Apea (Associação Prudentina de Esportes Atléticos), onde 27 telas pintadas por alunos com a síndrome estarão expostas até as primeiras semanas de abril para a visitação gratuita da população em geral. Trata-se da exposição "Descobrindo Talentos Especiais em Especiais". A expectativa é de que pelo menos 200 pessoas passem pelo local diariamente, com possibilidade para compra.

Jornal O Imparcial Mostra reúne 27 telas com as mais variadas pinturas, na Apea

Para os familiares dos envolvidos, o momento é oportuno para destacar a relevância social e a quebra de estereótipos e preconceitos, dando sequência aos avanços conquistados, "tão evidentes como nunca estiveram".

De acordo com o psicopedagogo, especialista em educação especial e professor responsável pela mostra, Jorge José da Silva, esta ação faz parte de um projeto particular desenvolvido desde dezembro de 2015, numa clínica, "ainda sem nome", responsável pelo atendimento de seis pessoas portadoras de síndromes diversas. "Desenvolvemos trabalhos para a inclusão social, especialmente no nível educacional", explica.

A mistura de cores, desenhos e subjetividade "saltam aos olhos" daqueles que observam o corredor atrás da recepção da Apea. Pendurados em painéis expositores, os quadros de 40x50 centímetros contam com pinturas de árvores, vasos de flor e animais, produzidos por dois alunos e com o auxílio do especialista.

Adib Miguel Divine, 35 anos, é um dos artistas da apresentação e, segundo ele, o espírito artístico já despertava em sua vida "há muito tempo", visto que produzia diferentes desenhos em sua residência. "Prefiro pintar animais, como o tucano", acrescenta.

Para o pai de Adib, o aposentado Adib Antonio Divine, 77 anos, a gratificação de ver o resultado do avanço social é "imensurável". Segundo ele, o incentivo descrito é uma prova de que o preconceito perde espaço para a ação, e comprova "o avanço comportamental conquistado ao longo dos anos".

Orgulhoso de sua própria produção, Renan Cardoso Spolador, 23 anos, o segundo artista da exibição, esclarece que a maior felicidade é o elogio recebido por amigos e familiares, especialmente nos quadros de vasos de flor. "É gratificante para mim", resume.

Conforme o pai de Renan, o instrutor de auto-escola, Sebastião Spolador, 59 anos, os principais reflexos das aulas de pintura são o avanço na comunicação e a melhor convivência social, fatores que, inclusive, são característicos dos portadores em meio à rotina diária. "O preconceito é abatido a cada dia. Nos dias de hoje não sentimos este aspecto negativo", afirma.

Segundo o professor Jorge, cada um desses alunos passa por atendimentos que dependem do grau de dificuldade, mas que ocorrem em média duas vezes por semana, durante uma hora cada dia.

 

Dia internacional


Como divulgado pela Abads (Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social), a data escolhida possui referência com sua escrita, uma vez que se escreve como 21/3 (ou 3-21), o que faz alusão à trissomia do cromossomo 21, isso porque as pessoas que possuem a Síndrome de Down carregam três cromossomos número 21.

No Brasil estima-se que 300 mil pessoas têm a  síndrome e que destes, 30 mil estejam em São Paulo.

 

SAIBA MAIS

A SÍNDROME


Conforme a Abads, a Síndrome de Down é um distúrbio genético causado pela presença de um cromossomo 21 extra, que pode ser total ou parcial. Estima-se que a incidência da Síndrome de Down seja de um em cada 660 nascimentos, o que torna esta deficiência uma das mais comuns de nível genético. A idade avançada da mãe influencia bastante o risco de concepção de bebê com esta síndrome. Suas principais características podem ser observadas na estrutura corporal e aparência facial, como por exemplo: achatamento da parte de trás da cabeça, inclinação das fendas palpebrais, pequenas dobras de pele no canto interno dos olhos, língua proeminente, ponte nasal achatada, orelhas ligeiramente menores, boca, mãos e pés pequenos, tônus muscular diminuído e apresentam pele na nuca em excesso.

 

SERVIÇO

PARTICIPE


O horário disponível para visita ocorre de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, aos sábados, domingos e feriados, das 8h às 19h, na Apea, localizada na Avenida Coronel José Soares Marcondes, 601, no centro de Prudente.

Por sua vez, a clínica que oferece os serviços fica localizada na Rua Texas, 73, no Jardim Paulistano. Para mais informações o telefone de contato é o 99669-0164
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