Assembleia decide futuro da greve dos professores

De acordo com Kuhn, o encontro abordará suas situação: primeiro, decidir com os demais representantes das regiões do Estado, se a greve vai continuar ou não e, se mantida – fato que a coordenadora diz ser dado como certo – solicitar que o governo abra espaço para negociação com a categoria.

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 10/04/2015
Horário 09:32
 

Os professores da rede pública estadual completam, hoje, 24 dias de paralisação. Em Presidente Prudente, conforme a coordenadora regional do Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Ana Kuhn, entre 25% a 28% dos profissionais aderiram ao ato. Na região, a coordenadora diz que o número de grevistas gira em torno de 38%. No entanto, a dirigente regional de Ensino, Naide Videira Braga, acredita que a quantidade de adeptos à greve seja "bem menor" na área de abrangência da Diretoria de Ensino de Prudente, cerca de 10%.

Após permaneceram acampados das 16h de quarta-feira, até às 12h de ontem, de fronte ao prédio da Diretoria de Ensino – situado na Avenida Manoel Goulart –, como forma de chamar a atenção do governo para que "atenda os professores", um grupo de representantes da região seguiu, às 23h30 de ontem, para a capital, onde, hoje, participar de uma assembleia da classe, às 14h, no Palácio dos Bandeirantes.

De acordo com Kuhn, o encontro abordará suas situação: primeiro, decidir com os demais representantes das regiões do Estado, se a greve vai continuar ou não e, se mantida – fato que a coordenadora diz ser dado como certo – solicitar que o governo abra espaço para negociação com a categoria.

A integrante do Apeoesp ressalta que, até a manifestação de ontem, que segundo ela ocorreu em várias localidades de São Paulo, a Secretaria de Estado da Educação não havia dado qualquer sinal para negociações e que, desta forma, as atividades prosseguirão até a assembleia desta sexta-feira.

 

Normalidade nas aulas


De acordo com a dirigente regional de Ensino, as aulas ocorrem "normalmente" nas escolas de sua área de abrangência. Ela explica que a Diretoria de Ensino possui uma lista de mil profissionais cadastrados, para suprir as faltas de educadores que estão em greve. Além disso, Braga esclarece que outras atividades pedagógicas ocorrem com os alunos, para que o aprendizado "não sofra qualquer prejuízo".

Sobre a manifestação, a representante da Educação diz que tem sido tranquila e que há o respeito entre as partes. Acrescenta que, o que é de competência do órgão regional tem sido feito, como, por exemplo, receber os manifestantes para conversas e esclarecimentos. Quanto a negociações, Braga ressalta que isto é algo da esfera governamental e não da repartição.

A Secretaria de Estado da Educação, por sua vez, informa que "o diálogo é a base da gestão" e consolidou uma política salarial, além de estabelecer um plano de carreira. "Acreditamos que a decisão do sindicato é extemporânea, uma vez que a categoria recebeu o último aumento salarial em agosto de 2014, o que consolidou um reajuste de 45%, um valor 26% superior ao piso nacional". Salienta que, nos últimos dias, o Estado pagou R$ 1 bilhão em bônus por mérito aos servidores da Educação e, ontem, começou a ser pago o aumento de 10,5% no salário de professores que foram aprovados na Prova de Valorização do Mérito.

No próximo mês, fará o depósito, em parcela única, do valor retroativo a julho de 2014. A pasta informa ainda que implantou medidas que contribuíram para a ampliação da atuação efetiva nas escolas estaduais. E elaborou um projeto de lei para aumentar os benefícios concedidos aos professores temporários das escolas estaduais, como a inclusão destes docentes na rede de atendimento do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual). Também foi finalizado e encaminhado à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) um estudo para agilizar a contratação desses profissionais temporários.

 

Protesto


Durante o protesto de ontem, cerca de 150 pessoas, entre professores grevistas, representantes de grêmios estudantis, estudantes e universitários, permaneceram de fronte à Diretoria de Ensino. Com faixa, bandeiras, cartazes, instrumentos sonoros e carro de som, buscavam chamar a atenção da sociedade e do governo, sobre a greve e as reivindicações da categoria.

A estudante da FCT/ Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), campus de Prudente, e membro do movimento Levante Popular da Juventude, Franciele Valadão, esclarece que o grupo da faculdade estava presente apoiando o ato, em busca da valorização do professor, já que é uma categoria que dá suporte na formação de todas as outras profissões e representa um canal de formação do ser humano. "Somos estudantes, mas, futuros educadores. Estamos aqui dando força aos grevistas e pedindo que o governo dê condições ideais para a categoria", expõe.

 
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