Atendimentos por bronquiolite, doença que afeta principalmente bebês, recuam 26,6% no HR

De janeiro a maio deste ano, 400 registros foram feitos, contra 545, no mesmo período, em 2024; cenário epidemiológico é monitorado pela saúde estadual

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 13/06/2025
Horário 04:03
Foto: Freepik
Quadro se inicia como resfriado, com obstrução nasal, coriza, tosse, febre e recusa das mamadas
Quadro se inicia como resfriado, com obstrução nasal, coriza, tosse, febre e recusa das mamadas

De janeiro a maio, 400 atendimentos por bronquiolite, doença respiratória aguda que afeta principalmente crianças menores de 2 anos, foram registrados no HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente. No mesmo período, em 2024, foram realizados 545 atendimentos pela doença, o que representa uma queda de 26,6%.

Apesar do recuo, a SES (Secretaria de Estado da Saúde) ressalta que monitora o cenário epidemiológico de doenças respiratórias e reitera a importância de a população seguir as orientações e as regras de etiqueta respiratória. “Em caso de sintomas, é necessário procurar a unidade de saúde mais próxima”, indica a pasta.

Já a Secretaria Municipal de Saúde esclarece que, na cidade, o atendimento pediátrico é prestado tanto nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) quanto nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) 24 horas. No entanto, o atendimento aos casos de bronquiolite, que são classificados como de alta complexidade, são de competência do governo estadual. “O Hospital Regional, por ser uma unidade de média e alta complexidade, é referência para casos que exigem suporte intensivo ou internação prolongada, como é o caso de quadros graves de bronquiolite”, informa o município.

Conforme o Executivo, nas unidades básicas, o atendimento infantil é feito por médicos da ESF (Estratégia Saúde da Família), com consultas agendadas e em demanda espontânea. Já nas UPAs das zonas norte e sul, situadas no Jardim Guanabara e no Conjunto Habitacional Ana Jacinta, respectivamente, há pediatras de plantão para crianças e adolescentes de 0 a 17 anos.

“A UPA Zona Norte totalizou 10.993 atendimentos entre janeiro e maio. Já na UPA Ana Jacinta, o total foi de 5.140 atendimentos, no mesmo período, de paciente de 0 a 17 anos e 11 meses”, ressalta.

Época de atenção

O pneumologista pediátrico Osvaldo Saraiva Marques Júnior explica que esta época de termômetros em queda é também de alta nos registros de BVA (bronquiolite viral aguda), que afeta muitos bebês, abaixo dos seis meses. “É um grupo de risco muito significativo e precisamos ficar bem atentos. O mais importante é que as mães procurem o seu médico obstetra e busquem orientações sobre a vacina que previne essa doença. Também existem tipos de medicamentos que podem ajudar a evitar esse tipo de doença, que também afeta idosos”, orienta o especialista.

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) pontua que a BVA se trata de uma infecção viral, que acomete a parte mais delicada do pulmão dos bebês – os bronquíolos. Essas estruturas do organismo são a continuidade dos brônquios, que distribuem o ar para dentro dos pulmões. É, na maior parte das vezes, causada por vírus respiratórios. O principal deles é o Vírus Sincicial Respiratório. Mas, também podem causar este quadro: adenovírus, vírus parainfluenza, vírus influenza, rinovírus, entre outros.

O quadro se inicia como um resfriado, com obstrução nasal, coriza clara, tosse, febre, recusa das mamadas e irritabilidade de intensidade variável. Em um ou dois dias, evolui para tosse mais intensa, dificuldade para respirar, respiração rápida e sibilância (chiado/chio de peito). Por vezes, pode haver sinais e sintomas mais graves, como sonolência, gemência, cianose (arroxeamento dos lábios e extremidades) e pausas respiratórias.

“Não existe nenhum tratamento específico para bronquiolite. Na maioria dos casos, especialmente das crianças sem fatores de risco, a evolução do quadro é benigna, sem necessidade de nenhum tratamento medicamentoso, evoluindo para cura”, ressalta a SBP. 

Frisa a entidade que, nos casos em que há necessidade de algum tipo de intervenção, a maior parte pode ser feita em casa, com acompanhamento da febre, observação do padrão respiratório e cuidados para manter o estado do bebê em termos de hidratação e nutrição em níveis adequados. “Em casos mais graves, a internação é necessária para que se possa ofertar oxigênio aos pacientes. Há situações em que eles também podem se beneficiar com o uso de uma inalação especial com solução salina hipertônica. A admissão em UTI [Unidade de Terapia Intensiva] para o suporte ventilatório adequado é rara, mas pode ocorrer em até 15% das crianças internadas”, revela.

SAIBA MAIS
Como evitar casos de bronquiolite aguda em casa?

O segredo é a prevenção! Medidas simples e eficazes nos cuidados de bebês, especialmente nos menores de um ano de vida e naqueles com fatores de risco, podem protegê-los dos quadros de bronquiolite. Por isso, a SBP recomenda evitar o contato com crianças e adultos resfriados, lavar as mãos e higienizá-las com álcool 70%, principalmente antes de tocar os bebês. Também sugere fugir de aglomerações, promover a amamentação e evitar o tabagismo passivo. Finalmente, deve-se buscar o acompanhamento pediátrico para monitorar o crescimento, a introdução adequada da alimentação e o cumprimento do calendário de vacinação. 

Arquivo


Pneumologista pediátrico explica que época de termômetros em queda é de alta nos registros de BVA

Arquivo/O Imparcial/Maurício Delfim Fotografia


Hospital Regional, por ser uma unidade de média e alta complexidade, é referência para casos

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