Bibliotecários acompanham tecnologia e ganham espaço

Em comemoração ao Dia do Bibliotecário, celebrado amanhã, profissionais afirmam que a profissão torna-se cada dia mais “fundamental"

VARIEDADES - Estevão Salomão

Data 11/03/2016
Horário 11:08
 

Em comemoração ao Dia do Bibliotecário, celebrado amanhã, os profissionais da área aproveitam a oportunidade e afirmam que a profissão acompanha as novas tecnologias e torna-se cada dia mais "fundamental" para a orientação e direcionamento de conteúdos, principalmente em meio à "explosão" de informações, promovida pela internet.

Juntas, quatro instituições de ensino superior de Presidente Prudente acumulam atualmente um acervo de 724.827 livros e exemplares, distribuídos entre as respectivas bibliotecas. Números que podem ser ainda maiores considerando a disponibilidade de grande parte desses volumes em plataformas digitais. O que exige, prioritariamente, a presença desses profissionais, para que a informação relevante chegue de forma mais rápida para seus usuários.

De acordo com a bibliotecária da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), Teresa Raquel Vanalli, os avanços tecnológicos criaram maior impacto na área da informação, revolucionando o conceito de biblioteca. "Passou a exigir daqueles que trabalham com acervos físicos ou digitais, habilidades cada vez mais sofisticadas", diz. Observado como um ponto positivo à classe, segundo ela, o panorama atual proporcionou também novos recursos para um melhor atendimento ao usuário, facilitando cada vez mais o acesso e o compartilhamento das informações. "O principal desafio da atuação atualmente é preservar o conhecimento e a garantia do acesso", relata.

Conforme a coordenadora da rede de bibliotecas Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) "Cecília Guarnieri Dinari", responsável por três unidades e um montante de 304.484 documentos de propriedade da universidade, o atual comportamento do bibliotecário passou a ter um perfil mais antenado, principalmente as novidades do mercado editorial. "O profissional tem que conhecer as bases", aponta.

Para ela, o livro continua tendo sua importância metodológica, entretanto, a variedade de opções é que mudou ao longo dos tempos, mais precisamente, ao longo dos últimos dez anos. "O bibliotecário passou a ter um papel ainda mais importante entre a sociedade acadêmica", observa.

Para a bibliotecária da Toledo Prudente Centro Universitário, Lidiane do Prado Reis, 27 anos, coordenadora de um acervo aproximado de 115 mil títulos, apesar de concordar com os avanços e acompanhamentos da tendência digital, menciona sobre o principal obstáculo da profissão, que segundo ela, envolve o maior reconhecimento por meio do pagamento salarial. "Há muitas vagas, porém, pouco prestígio financeiro", afirma.

Por sua vez, a bibliotecária da Fapepe/Uniesp (Faculdade de Presidente Prudente) - que contém hoje 35.500 exemplares -, Silvia Cristiane de Paiva, informa sobre a quantidade predominante de conceitos fornecidos por sites de pesquisa, pode comprometer a opinião social, sobretudo quanto à informação errada. "É imprescindível o auxílio profissional e técnico", conclui.

 

História

Conforme a história, do outro lado do atlântico, em 1808, juntamente com a comitiva da Família Real, depois da invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte, partiam rumo ao Brasil mais de 60 mil peças, entre livros, manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas, o que compõem atualmente o acervo da Biblioteca Nacional, localizada no Rio de Janeiro. Desta maneira, com a necessidade cada vez maior de profissionais na área, foram criados cursos específicos de biblioteconomia. Incluindo as primeiras escolas de formação de bibliotecários, sendo elas a  École de Chartes criada em Paris no ano de 1821 e School of Library Economy criada em Nova York no ano de 1887. Já no Brasil os primeiros ensinamentos surgiram vinte cinco anos mais tarde, paralelamente a disseminação cultural para todas as regiões do país.
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