Em Presidente Prudente, consumidores estão insatisfeitos com os frequentes aumentos no preço do botijão do gás de cozinha. Somente no mês de outubro, o reajuste aplicado pela Petrobras atingiu 12,9%, o que, de acordo com fornecedores do município, representa uma alta de R$ 4 a R$ 5 no valor da mercadoria. Para o atendente de uma distribuidora local, Ricardo Bernardo da Silva, a queda na procura é uma consequência esperada, considerando que os clientes começam a fazer uma pesquisa nos estabelecimentos em busca dos menores dígitos. As correções, no entanto, não devem parar por aí. Isso porque uma nova política de preços para a venda do GLP (gás liquefeito de petróleo) em botijões de até 13 quilos prevê reajustes mensais às distribuidoras.
O proprietário de outra revendedora, Elias Santello, aponta que, em Prudente, a alta recente içou o valor do botijão a uma faixa média de R$ 58 a R$ 60, que influenciou diretamente nas vendas. “Tivemos uma diminuição de 40% na comercialização”, expõe. Outros fornecedores, que não quiseram se identificar, relatam ainda que os valores sofrem grandes variações de um estabelecimento para outro, posto que há aqueles que não acatam as altas calculadas pela companhia e comercializam o produto a preços menores, com o objetivo de vencer a concorrência. “O gás sobe, mas a impressão que tenho é que o mercado não recebe essa alta. Se eu reajusto o meu valor, mas o concorrente não, quem sai perdendo sou eu”, comenta um distribuidor.
A Petrobras contrapõe que a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, sendo assim, as revisões realizadas nas refinarias podem ou não refletir no preço final ao consumidor. “Isso dependerá de repasses feitos especialmente por distribuidoras e revendedores”, argumenta.
Consumidoras
A cabeleireira Sueli Paula Silva, 53 anos, trocou o seu botijão há 10 dias por R$ 65, sendo que, antes disso, havia despendido R$ 49 na compra. Para ela, o salto de uma aquisição à outra foi “significativo e bastante desfavorável para o bolso do consumidor”. “Dá vontade de chorar quando o gás acaba, pois parece que ele chega ao fim justamente no momento em que estamos sem dinheiro”, conta. Já a dona de casa Edna Dolfini, 65 anos, gastou R$ 56 na troca mais recente e ficou incomodada com o valor. “Se continuar assim, compensa voltar ao fogão à lenha”, brinca. A aposentada Maria Aparecida Santana, 60 anos, por sua vez, diz que, mesmo com os preços maiores, o botijão de gás é indispensável. “A gente não pode passar fome. Mas confesso que, para quem vive de salário mínimo, o custo é alto”, pontua.