Com a votação encerrada na quinta-feira, o professor de viola, Bruno Sanches, da Escola Municipal de Artes Professora Jupyra Cunha Marcondes é um dos quatro vencedores do Prêmio Mimo Instrumental, voltado para a descoberta de novos talentos da música instrumental brasileira. O violeiro, de Regente Feijó, e os outros três ganhadores do se apresentarão, provavelmente em novembro, em local ainda a ser definido podendo ser São Paulo, Rio de Janeiro ou Olinda.
Como noticiado neste diário, Bruno conta que quando se inscreveu não esperava ser selecionado. “São duas fases, a primeira eu tive que enviar um vídeo tocando e um link de áudio com alguma música, enviei de todas as 12 músicas do meu CD. Quando eu soube que havia sido um dos selecionados foi uma surpresa para mim, até porque é muito concorrido e foi a primeira vez que me inscrevi”, explica o violeiro.
No site oficial do prêmio, Bruno é descrito como alguém que encanta pela habilidade com a viola caipira, com a qual já se apresentou em várias cidades do interior de São Paulo, e em diversas edições do Festival Internacional Encuentro de Amigos Latinoamericanos “Itá – Unidos por el Canto”, no Paraguay, e Fiesta de la Música, em Santa Fé, Argentina. O artista também coleciona prêmios: o último, em 2018, foi o Tributo ao Mestre Zé Mira, por um edital em São José dos Campos. Foi neste ano também que lançou seu primeiro disco solo, Do Barroco às Barrancas do Rio. O músico também realiza aulas-espetáculo, onde seduz os ouvintes mostrando a sonoridade de ancestrais da viola.
Mimo
Os quatro mais votados nesta fase ganham o prêmio de se apresentarem ao lado de músicos consagrados no palco do Mimo. Bruno conta que conheceu o Mimo assim que começou a se envolver no meio musical. Sobre a importância do festival para sua carreira, o músico adianta que certamente será um divisor de águas. Além disso, conforme o mesmo, só de ser um dos finalistas já é algo muito significativo.
Origem violeira
Bruno Sanches é nascido em Presidente Prudente e criado no município de Regente Feijó (SP). Começou a estudar violão quando tinha 11 anos e aos 15 decidiu que seria mais que um hobby. Concluiu curso técnico de instrumentista aos 17 anos na Escola Municipal de Artes Professora Jupyra Cunha Marcondes. E aos 19 ingressou em Licenciatura de Música na USP (Universidade São Paulo).
Quando tudo parecia certo, Bruno encontrou no meio do caminho algo que mudou seu percurso. A paixão a primeira vista pela viola caipira. Segundo o músico, em outra entrevista para este diário, o instrumento hoje mora em seu coração. “Fui capturado, não foi pensado, depois que toquei pela primeira vez nunca mais larguei”, revela.
Hoje é mestrando em Etonomusicologia também na USP e destaca que sua vida profissional é totalmente voltada à música. “Costumo dizer que meu trabalho é muito legal, me divirto, eu amo palco, amo pesquisar sobre música”, acentua.
Ao ser questionado sobre o que a música significa em sua vida, a resposta foi direta. “Foi o que me transformou em quem sou e a forma como me relaciono com o mundo. É quase que uma devoção. É um constante aprendizado e os planos em curto prazo é conquistar o título de mestre para aperfeiçoar meus conhecimentos”, salienta.
Com Secult
